Data de julgamento de “Anibalzinho” será conhecida dentro de dias
As partes “interessadas (incluindo o advogado Simeão Cuamba) , no caso “Carlos Cardoso”, foram notificadas semana passada da baixa (“devolução”, para novo julgamento do Mecânico do Alto Maé) do processo do Tribunal Supremo para o tribunal da primeira instância, neste caso Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
Assim, os advogados de defesa e de acusação, incluindo o Ministério Público, têm cinco dias para se pronunciarem e não o fazendo, o juiz do caso, Dimas da Concessão Marôa, terá a liberdade de marcar a data do novo julgamento de Aníbal dos Santos Júnior, acusado de co-autoria moral e material (mandante e executante) na morte de Carlos Cardoso, editor do extinto Metical, assassinado a tiro a 22 de Novembro de 2000, quando saia do seu local de trabalho na Avenida Mártires da Machava.
“Anibalzinho”, julgado à revelia e condenado a 28 anos de cadeia, na tenda da “BO”, há mais de dois anos, foi-lhe dada oportunidade, para um novo julgamento, pelo tribunal Supremo, que deu provimento ao recurso do seu advogado, Simeão Cuamba, que havia requerido para que o seu constituinte tivesse a oportunidade de se defender, em fórum próprio.
Cuamba ainda intacto
Questionado, ontem, pelo IMPARCIAL qual era a sua situação, com o “Anibalzinho”, tendo em conta as notícias avançadas na comunicação social de que o mecânico do Alto Maé havia prescindido dos seus
serviços, Simeão Cuamba assegurou não estar «preocupado com isso, o mandante é livre de decidir como quiser. Até este momento não tenho nada em contrário, o que se diz por ai são especulações. Ainda sou advogado dele».
De uma fonte da 10ª Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, órgão que deverá dirimir o caso, soubemos que Cuamba continua, no processo, como advogado de “Anibalzinho”.
O novo julgamento do Mecânico do Alto Maé é aguardado com muita expectativa, esperando-se que ajude a esclarecer os pontos de penumbra no “caso Carlos Cardoso”, sobretudo na conexão entre os
executantes e mandantes do crime. Até agora parece claro quem são os executantes, nomeadamente Manuel dos Anjos Fernandes(“Escurinho”), Carlos Rachid(atirado confesso) e Aníbal dos Santos Júnior. Quanto aos mandantes, no julgamento de há mais de dois anos, foram condenados nessa qualidade Ayob Satar, Vicente Ramaya e Momed Satar(Nini), incluindo “Anibalzinho”.
Expectativa
Mas alguns dos executantes, incluindo Nini, avançaram o nome do primogénito de Joaquim Chissano (ex-presidente da República), Nyimpine Chissano, como um dos mandantes. Aliás, por causa dessas revelações, foi aberto, há dois anos, um processo autónomo, ainda na fase de instrução preparatória na procuradoria da Cidade de Maputo.
JF E REDACÇÃO – IMPARCIAL – 28.02.2005