SEGUNDO EX-GENERAL DA GUERRILHA DA RENAMO
Via diálogo como o governo, a Renamo está interessada em negociar a situação dos seus guardas armados, estacionados no distrito de Maríguè, no Centro de Moçambique, assegurou, ontem, Ossufo Momade, general da guerrilha da Renamo, falando a partir de Nampula.
Momade disse que só o diálogo era a única via para pôr termo a badalada existência de homens com armas porque o uso da força poderá trazer consequências desastrosas para o país quando os moçambicanos já não querem mais a guerra.
Aquele general, que responde no seu partido pelos assuntos sociais e desmobilizados, negou que se tratasse de homens armados, mas sim de guardas do presidente Afonso Dhlakama estacionados naquele distrito para velarem da sua segurança.
Ele acrescentou que as detenções de membros da Renamo que aconteceram durante as eleições de um e dois de Dezembro, provaram, em grande medida, a necessidade da permanência de uma segurança da confiança do líder, «porque constatou-se que a democracia no país ainda não está madura».
Momade, também, negou que a guarda da Renamo, estacionada no distrito de Marínguè, na província de Sofala, existe a revelia do governo. Para o general, aqueles militares existem na sequência do Acordo Geral de Roma e o governo tem o conhecimento da sua presença.
Momade reagiu assim as afirmações postas a circular esta semana, onde se cita o actual Ministro Interior, José Pacheco, como tendo afirmado que a prioridade do seu governo é o desarmamento da guarda de Afonso Dhlakama.
José Pacheco também insinuou que a presença da guardas da Renamo estava a criar instabilidade
AC – IMPARCIAL – 25.02.2005