A traição é um processo, sendo assim as acções de traição, são muitas vezes sistematizadas, metodi-zadas e formalizadas, daí que o processo é longo, cujos caminhos têm sido sinuosos. É preciso saber que aquele que executa a acção traidora, não é esse o traidor, apenas pode-se considerá-lo de um mendigo vagabundo. O estudioso, Virgílio afirmou: a serpente esconde-se na erva. A gente vê a erva bonita, é quando pensamos sentar-se nela, é lá onde a nossa vida poderá acabar.
Dhlakama, quando sai das matas, imediatamente sentou-se numa extensa erva vagabunda, preferida pelas serpentes. Estes conduziram-no dia após dia para um resvalamento total. Como se isso não bastasse vedam-lhe o espirito democrático que trazia na mente. Adesão de intelectuais foi-lhe quase vedada. Aparecem pescadores com linhas sem anzóis, no Aeroporto da Beira, num comício. Induzem-lhe para não concorrer as primeiras eleições autárquicas. Esses pescadores, hoje, pescam no mar mediterrâneo e não no rio Chiveve. Alguns profetizaram a divisão do país pelo Save sem uma base sólida. Aparecem sabichões ambiciosos juristas, sem a jurisdição. Aparecem se-milectrados sem que tenham sido bem alfabetizados. Portanto, Dhlakama fica totalmente rodeado por esta erva vagabunda, onde a serpente estava bem escondida tomando a côr da erva. Daí que Dhlakama já não vai a base. Dhlakama não conhece os seus chefes de gabinetes eleitorais provinciais, pessoas que garantem a vitória de um candidato, para não falarmos de distritais, pois, estes podem funcionar bem se houver um trabalho vertical rígido.
Em 1999, houve o recenseamento de raiz que durou três meses.
Na província de Sofala, o delegado político provincial da Renamo, o cabeça de lista, deputados e alguns membros seniores, apareceram no gabinete de eleições provincial de eleições quando faltavam apenas três dias para o início da votação das segundas eleições. Nem sequer reuniram com o gabinete de eleições, se o fizeram foi apenas para dizer que haviam infiltrados entre eles próprios, ervas vagabundas. Porquê que vieram tarde, porquê que não acompanharam o recenseamento? A resposta é só única e confirmada por um deles a minha própria pessoa: todos permaneceram em Maputo a fim de consolidar as suas posições na lista de candidaturas a deputados da Assembleia da República. O próprio gabinete de eleições não chegou de saber quem elaborou a lista d candidaturas. Essas ervas vagabundas nunca quiseram que o Dhlakama chegasse ao poder. Só guardam serpentes. Não o deixam falar com base senão em comícios populares, que não tem nada a ver com a organização interna do partido. Sr. Dhlakama, tem ainda alternativas seguras: Andar por seus próprios pés, juntamente com o povo e guiar-se pela sua própria cabeça, tudo isto na base de uma planificação sábia, servindo-se de equação, pessoas capazes e aceites.
(Yazibonela Muhlanga) – O Autarca(Cidade da Beira) – 01.02.2005