Joaquim Alberto Chissano, o primeiro Presidente de Moçambique a abdicar voluntariamente e em vida da mais alta magistratura do país, teve os seus momentos altos e baixos na vida pessoal e na carreira política, mas em muito pode ser tomado de exemplo.
Escusado e inútil seria referir aqui e agora o que foi o desempenho dele como combatente da liberdade, pela integridade territorial, soberania nacional, busca e manutenção da paz e tolerância, este último epíteto por vezes exercido de forma excessiva, daí alguns desonestos e oportunistas, incluindo camaradas partidários seus, aproveitarem-no para atacá-lo, como quem permite o deixa-andar, deixa-fazer e daí a alcunha de mariazinha. Talvez não tardará algum sentimento de nostalgia pelos seus tempos.
Mas Chissano, uma vez mais, acaba de dar um gesto que muitos dos seus subordinados e antigos
subordinados de Samora não souberam dar: para além de saber abandonar voluntariamente o cargo, teve a verticalidade de, igualmente, prescindir de muitas mordomias, algumas quanto antes mesmo, como foi o caso de, ainda em Dezembro de 2004, sair da Ponta Vermelha e regressar para a sua anterior residência, na Rua D. João de Barros.
Mais um exemplo a seguir.
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) – 04.02.2005