KHOMALA!
Por Vasco Fenita
Porque o vocábulo é de nova geração, de parturejamento recente e, consequentemente, ainda não figurar em muitos dicionários, talvez seja conveniente esclarecer aos menos atentos que iliteracia é, entre outros significados, sinónimo (no caso vertente) de aversão (ou falta de hábito) ao livro e à leitura.
Posto isto, debruçarmo-nos-emos sobre o tema fulcral deste despretencioso rabisco: a Feira do Livro Português, que encerra amanhã, quatro dias depois de patente ao público no Museu de Etmologia de Nampula, cuja sala, pejada de livros de variados temas, registou massivos e sucessivos afluxos ( enquanto, claro, o “stock” não foi substancialmente depauperado) de pessoas, dentre os quais se incluiam até mesmo os de proveniência de províncias vizinhas, que não quiseram desperdiçar a oportunidade soberana de adquirirem obras literárias de indiscutível mérito e actualidade a preços relativamente irrisórios.
Congratulemo-nos efusivamente, sem reservas, pela feliz iniciativa, augurando veemente que a sua reedição (em Nampula) ocorra a breve prazo (se possível, em periodicidade semestral)) para que, de facto, se concretizem os desideratos propostos no que concerne à criação e sedimentação do hábito da leitura na nossa sociedade, vibrando portanto, um vigoroso pontapé à chamada iliteracia.
Até porque mercê da experiência agora adquirida, a própria “Nisomé ” ( uma das promotores da referida Freira do Livro Português), consoante declaração de uma das responsáveis, acha-se capaz , doravante, de arcar, de per si, com a organização de um evento de cariz similar.
Facto que concorrerá inelutavelmente para desonerar os custos inerentes aos encargos organizacionais.
Outrossim, sugerimos que sejam equacionados mecanismos mais eficientes para obstar os açambarcamentos registados impudentemente nesta edição inaugural da Feira do Livro Português. Aliás, o produto dessa descarada “candonga” está já patente nos habituais postos de venda de jornais.
WAMPHULA FAX – 22.02.2005