SECRETARIO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO ELEITORAL
Custa acreditar que depois de tudo o que aconteceu, no último processo eleitoral, em Moçambique, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) aparece, publicamente,
Talvez a lufada da Praia de Bilene, onde está a decorrer o III Conselho Consultivo do STAE, em
Mas podemos avivar-lhes a memória:
Instituições credíveis, em matérias de observação de processos eleitorais, como a Cárter Center, as missões de observação da União Europeia e da SADC, todas elas apontaram irregularidades graves ocorridas em todo o processo, desde actualização do censo até à divulgação dos resultados.
Fizeram, aliás, críticas severas à máquina eleitoral(STAE, incluído), tanto pela sua natureza
Particularizando, o Carter Center, na sua declaração pós-eleitoral, manifestou a sua profunda preocupação «com o número de irregularidades observadas durante o apuramento provincial, incluindo resultados pouco credíveis em editais das assembleias de voto, problemas com o software, números das assembleias de voto que não conferem com os editais e a falta de confiança entre os representantes dos partidos políticos no Secretariado Técnico da Administração
Como acreditar no que disse, na comunicação social, o meu ex-colega de carteira, Lucas José, portavoz daquela instituição, que assegura, a plenos pulmões, que «ficou patente que os erros e outras situações anómalas que se verificaram nos sufrágios anteriores reduziram drasticamente,
Uma das opiniões mais abalizadas, falando do que aconteceu em 1999, cita-se o antigo presidente dos EUA, Jimmy Carter, que assegurou que das mais de 53ªs eleições que ele observou, nunca tinha assistido a um número tão elevado de votos a ser ignorado no apuramento final dos resultados, considerando, assim, aquele facto como «extraordinário».
Além disso, como falar de melhorias do STAE quando aquela instituição, volvidos aproximadamente dois meses depois da votação, não consegue apresentar os mapas dos resultados finais, distrito por distrito, como impõe a legislação.
Acha normal o STAE que num processo como eleições, onde impera a vontade do indivíduo no
Mesmo com avanço crescente da tecnologia, o STAE, até agora, não sabe qual é o número real
Uma instituição como STAE, até com alguns cérebros lá dentro, precisa de reconhecer que
JAQUES FELISBERTO
IMPARCIAL – 23.02.2005