O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) de Moçambique classificou ontem como irrealista o número oficial de nove milhões de eleitores recenseados.
O porta-voz do STAE, Lucas José, explicou que a base de dados do universo eleitoral que serviu de referência para as eleições gerais de Dezembro de 2004 não foi sujeita a qualquer revisão, a qual permitiria eliminar os eleitores falecidos e os interditos por razões criminais, ou detectar casos de dupla inscrição.
"Não é realista" afirmar-se que há nove milhões de eleitores em Moçambique, frisou a fonte em declarações à agência Lusa, adiantando que a não actualização dos cadernos eleitorais se deveu à falta de tempo (pela falta de intervalos compatíveis entre as várias etapas nos processos eleitorais do país).
Esse facto justificou o empolamento do nível de abstenção registado - cerca de 60% - nas eleições de dias 1 e 2 de Dezembro último, referiu Lucas José.
Além de propor para este ano a actualização do número de eleitores existente, o STAE sugeriu ainda a mudança dos períodos eleitorais de Dezembro (época de chuvas intensas) para uma estação de clima mais favorável.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 25.02.2005