A FRELIMO, admitiu hoje a incompatibilidade "em termos de tempo" das funções de Presidente da República e de secretário-geral do partido desempenhadas por Armando Guebuza, assunto cuja análise compete ao comité central do partido.
"Fica quase incompatível que o novo Presidente da República (Armando Guebuza) exerça essa função com a de secretário-geral da FRELIMO, mas essa é uma decisão do comité central", afirmou hoje numa conferência de imprensa o chefe do gabinete central eleitoral da FRELIMO, Manuel Tomé.
Armando Guebuza foi eleito secretário-geral da FRELIMO em Junho de 2002, para poder concorrer às presidenciais de 1 e 2 de Dezembro do ano passado, depois do seu antecessor na chefia do Estado, Joaquim Chissano, ter prescindido candidatar-se a um terceiro mandado presidencial.
Na mesma reunião de 2002, Joaquim Chissano manteve o cargo de presidente da FRELIMO, o qual, no regime de partido único que vigorou em Moçambique entre 1975 e 1994, estava reservado ao Presidente da República.
Falando numa conferência de imprensa, Manuel Tomé anunciou que o comité central da FRELIMO irá reunir-se na primeira semana do próximo mês, para fazer o balanço do último processo eleitoral, não se sabendo se a escolha de um novo secretário-geral da FRELIMO estará em agenda.
O dirigente da FRELIMO indicou, por outro lado, que brigadas do seu partido vão deslocar-se de 17 a 22 de Fevereiro aos 11 círculos eleitorais do país, para agradecer o apoio do eleitorado à FRELIMO e que se saldou numa esmagadora vitória deste partido nas presidenciais e legislativas de Dezembro último.
O partido no poder vai pedir "um grande apoio" para os membros do governo nomeados pelo novo presidente, que, "apesar de novos, tiveram nas suas anteriores áreas de trabalho contributos valiosos para o país", acrescentou Manuel Tomé.
Agência Lusa - 14.02.2005