DIALOGANDO e Tribuna Livre
por muana orripa João CRAVEIRINHA
Est Modus in Rebus (…Latim: Em tudo há uma medida... um conselho à moderação…in Sátiras de HORÁCIO - 66 a.C. / 8 a.C.)
Na Fábula O Velho moleiro, o Menino e o Burro, do francês Jean De La Fontaine, a MORAL da “Estória” era que não se podia agradar a todos. Mesmo, era decidir pela nossa cabeça.
Esse Velho e seu Menino, o Filho, vão em jornada a uma Feira rural para venderem um Burro. No início andavam todos a pé de igual com o Burro (para não o cansarem e venderem-no por maior preço). Por onde passam o Povo vai reclamando, chamando-os de mais burros que o Burro. O Velho coloca o Menino na garupa do Burro e o Povo mais adiante também reclama contra o Velho –, porque sendo o mais velho devia ser ele a ir montado e o Menino mais jovem e forte devia ir apeado…e seguindo essa opinião acusam-no de falta de carinho pelo Menino a pé e o Velho montado, e, indo os dois sentados no Burro …era o coitado do animal com o peso de duas pessoas…dizia “outro” Povo… ora os dois a pé era por que poupavam demais o Burro…
Finalmente cansado de tanta desorientação “popular”, o Velho recua, assume o erro e corrige pela sua cabeça tirando o melhor benefício da situação. Eventualmente o Burro, menos cansado, com melhor aspecto saudável, seria vendido por bom preço. (Ver Fábula de Jean De La Fontaine, 1621 / 1695 - Le Meunier, son Fils, et l'Âne…http://www.jdlf.com/lesfables/livreiii/lemeuniersonfilsetlane).
Enfim, não se pode agradar a todos mas uma coisa é certa, ao se tomarem decisões das duas, uma: - ou se recua e se recomeça tudo de novo, recusando abertamente o que se afirmou antes, assumindo o erro, ou então se segue em frente, doa a quem doer.
Na questão da RENAMO – U.E, em tomar posse na A.R. – Assembleia da República, das duas, uma, ou assumindo a derrota eleitoral tomando posição desde o princípio como oposição, participando em todos os actos públicos inerentes, ou, por outro lado, mantendo-se por coerência, fechada, numa oposição inflexível rejeitando os resultados, não legitimando um Partido e um Governo que não se reconhece vencedor por mérito eleitoral, devido à Fraude como a RENAMO U.E, afirma. Mas aí não se toma posse na A.R. Dentro destes pressupostos, a RENAMO U.E, ao tomar posse na A.R., não só legitima a FRELIMO como Poder, vencedor, reconhecendo “ipso facto”, pelo próprio facto de “conivente” mas outrossim contraditório pela ausência na tomada de Posse do novo Presidente da República, eleito, por não o reconhecer oficialmente. Todavia, a mesma RENAMO U.E, aceita ir à A.R., tomar posse (com os salários respectivos e outras regalias e imunidades de deputado), em paralelo. Refugiando-se no seu “bunker”, temos irredutível de novo, o Líder dessa oposição auto – sequestrado, não dando a cara para o debate no Parlamento, liderando a sua bancada como DEPUTADO CHEFE quando necessário e enfrentando a FRELIMO directamente, aliás tarefa de um líder da oposição.
Resumindo: - Não se reconhece a FRELIMO como vencedora nem o novo Presidente porque razão se aceita tomar posse na A.R., e no Conselho de Estado? Haja coerência e que se assumam os actos de uma vez por todas sem hesitações e deixem-se de culpar os outros pelos próprios erros de estratégia política. Na realidade a RENAMO U.E, aceita nos benefícios e rejeita nos seus próprios erros de atitude. Infelizmente mais uma vez a RENAMO U.E, deu um tiro no próprio pé. Diga-se em sentido figurado! (FIM)
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 09.02.2005