PESQUISA & ANÁLISE (nova Coluna)
por muana Orripa João CRAVEIRINHA
PESQUISA E ANÁLISE SOBRE O NOVO EXECUTIVO DE MOÇAMBIQUE
In Medio Stat Virtus
(Tradução do Latim: no MEIO está a virtude)
É fácil dizer mas, se eu fosse Presidente, começava por reduzir Ministérios e cargos de Ministros e vice – Ministros de cerca dos actuais 40 para 25. Diminuindo a despesa pública à partida, seria um sinal claro de austeridade enviado ao País. Em simultâneo um aviso claro aos Ministros e Governadores para arregaçarem as mangas das camisas ou das blusas no caso das Ladies Ministras bem representadas, em “hora buena”, neste Governo com a feliz inovação de Governadoras. Um exemplo para o Mundo. Mas, não há Bela sem senão como veremos adiante neste raciocínio.
Com a nomeação de três ministros finais e governadores, na sexta-feira passada, 11. 02. 2005, fica concluído o Governo do novo Presidente de Moçambique, General Armando Emílio Guebuza natural ou muana orripa de Murrupula; Nampula.
Se eu fosse Presidente desta lista (em baixo), fundia uns Ministérios, eliminava outros e alterava alguns Ministros (da mesma lista), dentro de um critério político mas também técnico para maior aproveitamento dos RH – Recursos Humanos e sua Rentabilidade, a saber:
Lista completa do novo Governo de Moçambique e achega:
NEUTRO – Primeira-ministra – Luísa Diogo…assim como assim mais vale a continuidade da nossa Economista de Tete / Nampula. Poupa-se nas despesas de nova inquilina no cargo.
Semi – NEGATIVO – MNEC; Ministra Negócios Estrangeiros e Cooperação – Alcinda Abreu. Vice-Ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação – Henrique Banze e Eduardo Coloma… Colocaria menos um vice – Ministro e mudava de Ministro. Neste Ministério EDUARDO BACIÃO COLOMA seria o Ministro, aliás por mérito próprio há muitos anos. Porque razão? Muito simples: - Formado e Veterano da luta armada anti-colonial (mais consciência política). É humilde. Firme ideologicamente desde os princípios na era Mondlane (Mod.lhane). É diplomata nato, fala e escreve fluentemente, além da língua materna lómue e tchuabo, suahíle, o português, o francês, inglês, italiano (estudou com padres italianos) e tem conhecimentos de latim. Sólida Cultura – geral. Estudou os clássicos gregos e romanos base da filosofia da actual Democracia e Jurisprudência ocidental e por acréscimo Universal. Foi Embaixador plenipotenciário credenciado para a Commonwealth em Londres. Alcinda Abreu iria para a Cooperação como Vice – Ministra e H. Banze (especialista militar?!) ou teria ficado no Ministério de Defesa ou para Secretário-geral do MNEC, cargo administrativo muito importante (de retaguarda). Suprimia-se o cargo de um vice – Ministro “excedente” no Ministério poupando nos encargos. Ou ainda H.B poderia ir para assessor do Presidente para a Defesa.
Muito NEGATIVO – M.I; Ministro do Interior – José Pacheco. Seria substituído pelo nomeado Vice-ministro do Interior José Mandra, como Ministro, abolindo o cargo de Vice. Não faz falta. É subalternização de poderes num Ministério sensível.
O Engº J. Pacheco é associado ao caso de triste memória das dezenas de vítimas mortais detidas –, membros da oposição em Montepuez. Manchou seu mandato em Cabo Delgado como Governador. Esta nomeação é conotada como prémio “pela dureza ou moleza” (depende do ângulo), no apuramento das causas e dos culpados. Iria para a reserva dos quadros do Partido FRELIMO, até nova ordem.
POSITIVO – MF; Ministro das Finanças – Manuel Chang. Escolhida a competência demonstrada em busca de maior rigor nas Contas, Receitas e Despesas públicas, introdução do IVA (Imposto de Valor Acrescentado), Contribuições e Impostos. Boa dupla com a 1ª Ministra de quem foi subalterno quando (ela) Ministra das Finanças.
NEGATIVO – MDP; Ministro do Desenvolvimento e Planificação – Aiuba Cuereneia. Abolição deste Ministério integrando – o no Ministério das Finanças criando o lugar de vice – Ministra específica. (Primeiro Planificação e depois Desenvolvimento).
NEUTRO – MD; Ministro da Defesa – General Tobias Dai. Manutenção do cunhado. Nada a obstar. Em África, Ásia e América do Sul, este posto terá de ser entregue a alguém de extrema confiança.
NEUTRO – MJ; Ministra da Justiça – Esperança Machavela. Apesar de Jurista é uma boa Diplomata comprovada no terreno (e tem charme…diplomático). Mal empregue neste Ministério (sujeita a se “queimar” com a questão dos DH (Direitos Humanos), das Prisões, o relacionamento intra – Institucional, o dossier adiado da mudança da PIC para outra tutela quiçá melhor no Ministério da Justiça. Seria colocada de novo como Embaixadora por exemplo na ONU em Nova Iorque (WB e FMI) ou na U. E., em Bruxelas (C.E), ou ainda em Londres no Commonwealth ou Berlim (Deutsche Bank). Seria uma pena para Esperança Machavela ver o crescimento de “rugas” de problemas, nesta sua nova pasta. Daí o declinar anterior de outros possíveis ocupantes para o lugar. Um Ministério MUITÍSSIMO IMPORTANTE num Estado de Direito mas ainda visto em segundo plano em Moçambique. (CONTINUA).
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) – 14.02.2005