O novo Governo, com a lavra de Armando Guebuza, não apresente novidades. As opções de Chissano continuam em alta. Fora alguns, poucos nomes desconhecidos, grosso modo , Guebuza limitou-se a fazer um exercício de legitimação do “ deixa andar”. O Governo que tomou posse há dias é, na sua essência, constituído por figuras que deram ao corpo ao espirito do “ deixa andar” presidido por Joaquim Chissano e que agora aparece como um dos “cavalos de batalha” de Armando Guebuza. O novo presidente moçambicano limitou-se a gastar papel e a emitir despachos tornando público uma considerável parte do antigo Governo de Chissano. Os despachos “guebuzianos” deram a conhecer que alguns governadores provinciais foram promovidos a ministros tais como, Felício Zacarias, Bonifácio Aires Aly, David Simango, Lucas Chomera, Tomás Mandlate e José Pacheco enquanto que Rosário Mualeia ascendeu ao posto de vice- ministro. Luísa Diogo, Tobias Daí, Cadmiel Muthemba, Francisco Madeira, Fernando Sumbana, Virgília Matabele Luís Covane e Aida Libombo continuam nos cargos que tinham no tempo do “ deixa andar”. Henrique Banze só mudou de pasta, mas continua vice- ministro e agora continua no mesmo cargo só que no Ministerio dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. Antes era da Defesa. No seu exercício do combatente ao “deixa andar”, Armando Guebuza fez um notável esforco de promover vice- ministros do anterior elenco de Chissano ao cargo de ministros. Esperança Bias, Luciano de Castro, Manuel Chang, Salvador Namburte, António Fernando e Auiba Cuereneia foram os sortudos na totobola do actual presidente da Republica de promover antigos vice- ministros á ministros.
Os rostos desconhecidos
Num governo sem novidades, foram os trocadilhos já referenciados. Armando Emílio Guebuza apresentou alguns rostos nunca vistos nas lides governamentais. Helena Taípo Paulo Ivo Garrido, Antónia da Costa Xavier, Carlos José de Castro Sousa, Isabel Manuel Nkavandeka e Victor Manuel Borges são as poucas figuras que nunca antes fizeram parte de algum governo moçambicano. Tudo leva a crer que estamos numa situação de combater o “ deixa andar” com as mesmas pessoas que ontem deixavam andar uma serie de falcatruas que colocaram Mocambique na lista dos paises com elevados indices de corrupcao . CELSO MANGUANA PS: A composição do Governo liderado por Armando Emílio Guebuza, chama atencao para uma questão crucial e que podera alimentar os debates daqui ha algum tempo: Quem manda no partido Frelimo cuja a sede sita na Rua Pereira do Lago em Maputo? Tudo leva a crer que Joaquim Chissano, presidente do partido Frelimo, tem mais “power” que o actual presidente da República que continua a acumular a pasta de Secretario Geral do “tambor e da maçaroca”. É visível que o antigo executivo de Chissano continua em funções. A mudança reside apenas nas assinaturas dos Despachos Presidenciais. O resto é paisagem.
CM - IMPARCIAL - 08.02.2005