...Despida de cor, raça, credo, convicção política, que toda a mulher
Sinceramente com toda a sinceridade e perdoem-me não conseguir poupar-vos deste não necessários pleonasmos todos- eu não queria que isto fosse tomado como texto formal anual de extracção formal à nossa mãe que, coincidentemente, tem o seu dia internacional ou mundial celebrado a oito de Março.
Para além de ser dia celebrado pela humanidade em saudação à mulher, o Oito de Março, em Moçambique, Samora Machel, fez o chamamento à pátria e a geração legendária, que, com letras de sacrifício dourado e sem paralelo, tudo abandonou porque Moçambique, nossa terra amada, dela precisava para fazerem-se professores, Médicos, Enfermeiros, Machambeiros, Soldados e quejandos quadros em falta por esse país do Rovuma até ao Maputo.
Lendo que estou um livro reaccionário, escrito por um inveterado fascista opressor do povo e resistente à nossa libertação, que acusa, amiudadas vezes de a Frelimo ter usado mulheres para a nossa luta de libertação nacional, eu não deixei de me inspirar no exemplo abnegado daquela mulher sem letras na cabeça, mas com ela cheia de ideias pátrios e fazer uma linhas em jeito de reflexão descuidada e em sua dela homenagem merecida com justeza.
Questionei um camarada sobre veracidade daquela asserção e ele peremptório respondeu sucintamente:
“ As mulheres, dotadas pela natureza com força de, em seu útero, gerarem a vida, são mais bravas e corajosas que os homens. Elas com valentia sem igual desbaratavam e humilhavam bem preparadas colunas de comandos portugueses eficazmente treinados e armados até aos dentes com sofisticado equipamento bélico de última geração”.
O problema é que a mulher escrava que já era nada perdia se se entregasse à luta com coragem. Aliás, um escravo já vive morto mesmo e daí que as mulheres tinham que lutar para começarem a viver como libertas da sua “ escravatura natural” e do colonialismo.
E no oito de Março ela, bem decidida, respondeu ao chamamento da pátria e por arrastamento, o homem, seu inseparável companheiro de luta aderiu também ao empreendimento colectivo para o qual estavam todos sendo chamados.
Em África, a mulher, para além de ser dotada de ventre muito reprodutor, ela é a produtora principal da riqueza material do continente e nela encontramos o repositório de todos os grandes valores não tangíveis, mas que são fundamentais para os africanos.
Assim é neste misto de cantar e contar as epopeias dos 08 de Março que me associo a todas as mães do mundo e felicito-as por esta data de glória, luta, choro, mas acima de tudo de esperança pela vitória que, embora tarde, ela caminhava irreversível rumo à sua materialização e para bem de toda a humanidade.
È que a vitória da Mulher foi e será sempre a vitória de toda a humanidade.
Bem hajam todas as mulheres do mundo.
António Nametil Mogovolas
WAMPHULA FAX – 08.03.2005