O ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, imputou à demora dos doadores internacionais no cumprimento das suas promessas a responsabilidade pelo crescimento da dívida interna moçambicana, neste momento estimada em cerca de 104 milhões de euros.
Chang falava aos jornalistas à margem do Fórum Ministerial dos Países Pobres Altamente Endividados (HIPC) da Commonwealth, que decorreu esta semana em Maputo.
O governante afirmou que o executivo moçambicano é obrigado a recorrer a empréstimos internos, para fazer face aos atrasos dos doadores externos na canalização dos seus apoios para o Orçamento Geral do Estado.
`Estamos a trabalhar com os parceiros no sentido de se evitarem atrasos no desembolso dos fundos´, frisou o ministro das Finanças de Moçambique, cujo governo depende em 50 por cento do apoio externo para o seu orçamento.
Enquanto não é sanado esse constrangimento, o Estado é forçado a emitir bilhetes de tesouro para conseguir recursos financeiros a nível interno, acrescentou Manuel Chang.
Apesar dessa situação, a dívida pública interna `não é muito significativa´, em comparação com outros países enquadrados no HIPC, nem em relação à dívida externa de Moçambique, agora calculada em 1,2 mil milhões de euros.
Moçambique conseguiu ver a sua dívida externa reduzida para os actuais níveis, depois de ter atingido um máximo de 4,4 mil milhões de euros, no âmbito dos acordos alcançados na primeira fase do HIPC e no HIPC reforçado.
Em consequência destas duas iniciativas, o encargo de Moçambique com a dívida diminuiu de 128 milhões de euros anuais, para os 37,6 milhões de euros... |
Notícias Lusófonas - 21.03.2005 |