NO ZIMBABUÉ
Cerca de 13 milhões de eleitores do Zimbabwe preparam-se para votar amanhã, em eleições legislativas que há partida tem como principais favoritos a Zanu-FP, de Robert Mugabe e o Movimento para a Mudança Democrática(MDM), de Morgan Tshivantsirai.The Independent, Pius Ncube defendeu que os eleitores «desiludidos» deverão lançar uma «insurreição não violenta» após o escrutínio de dia 31. A Zanu-FP, no poder há 25 anos, deverá vencer facilmente as eleições porque, assegurou o clérigo, estas serão «certamente fraudulentas».
A balança, no entanto, pede para Zanu-FP, que poderá assegurar, mais uma vez a maioria absoluta no parlamento porque além dos assentos que deverá conseguir nas urnas, Robert Mugabe, deverá usar da sua perrogativa constitucional que lhe dá direito de indicar 30 elementos para órgão legislativo zimbabweano que serão, necessariamente seus apoiantes.
Em contagem decrescente para as eleições parlamentares, são cada vez mais as vozes que se levantam contra o regime de Robert Mugabe. Depois das denúncias do principal partido da oposição - Movimento para a Mudança Democrática (MDM) -chegou a vez da Igreja Católica assumir uma posição contra o Presidente do Zimbabwe. Trata-se do arcebispo de Bulawaio (segunda maior cidade do país), Pius Ncube, que apelou à população para, de forma pacífica, “afastar do poder” Mugabe.
Em declarações ao diário britânico o partido no Governo não tardou a reagir, chamando o arcebispo de «mentiroso invertebrado». As acusações da Zanu-FP surgiram segunda-feira depois de Pius Ncube ter denunciado que o Presidente Mugabe está a bloquear a ajuda alimentar das organizações nãogovernamentais aos apoiantes da Oposição.
Na recta final da campanha eleitoral, a Zanu-FOP joga também os últimos trunfos. O presidente do partido, John Nkomo, tentou segunda-feira seduzir o eleitorado branco, dizendo que esta população poderia ter um lugar na formação do Governo. Para tal basta que deixem de apoiar a oposição.
IMPARCIAL - 30.03.2005