A direcção do Hospital Central de Maputo (HCM) confirmou que o corpo do ex-director Geral dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), José Castiano Zumbire, não precisou de sofrer autópsia por ter ficado claro que ele morreu vítima de ataque cardíaco (enfarte agudo do miocárdio).
Contactado ontem pelo IMPARCIAL, o assessor para a Área de Comunicação e Imagem do HCM, Eliseu Sueia, garantiu que a autópsia ao corpo do antigo director do SISE foi dispensável por «não haver dúvida da doença» que provocou a sua morte súbita.
Os restos mortais de José Castiano Zumbire, falecido na manhã do último domingo em Maputo, vão a enterrar hoje no Cemitério de Lhanguene em Maputo numa cerimónia oficial de Estado.
Entretanto, apesar da versão oficial avançada pelo Governo moçambicano sobre as causas da morte de Zumbire, não está ainda claro e em que circunstâncias o ex-director do SISE chegou a ser conduzido de emergência para a Clínica Especial do Hospital Central do Maputo, onde viria a falecer cerca das 10: 15 horas de domingo.
Para todos efeitos, interessa saber o que estaria a fazer no dia anterior à sua morte, se Zumbire já vinha queixando de problemas de saúde ou se estava de serviço.
Ninguém por enquanto se dignou a dar uma explicação clara das circunstâncias que rodearam a morte do homem que prestava directamente contas ao presidente da República, sobre as questões de defesa e segurança do país.
Desde que a notícia circulou pelo país e pelo mundo fora, são várias as interpretações que se fazem a respeito desta morte “estranha?” do ex-chefe dos serviços secretos moçambicanos.
Para certas fontes que contactaram o nosso jornal, associam a morte do ex-Director do SISE, a alegadas motivações políticas que estariam na esteira de supostas clivagens que reinam no seio do partido Frelimo.
A quem chegou mesmo a admitir que José Zumbire, teria sido envenenado, o que foi prontamente desmentido pelas autoridades hospitalares em Maputo. Ontem, o IMPARCIAL, tentou em vão perceber junto dos escritórios do SISE em Maputo sobre as circunstâncias que estariam por detrás da morte do seu antigo dirigente. Fomos informados na recepção do SISE, que as pessoas indicadas para nos atender se encontravam ausentes em serviço preparando o funeral do seu chefe.
JOSÉ CHITULA – IMPARCIAL – 10.03.2005