Moçambique é o único país da comunidade lusofona mencionado no último relatório da Comissão de Controle Internacional de Narcóticos, referido como sendo um dos principais centros de narco-tráfico e uso da heroína em Africa.
“A heroína continua a entrar nas zonas ocidental e oriental de África vinda da Ásia, criando centros regionais de narcotráfico. A Costa do Marfim, o Quénia, as
Maurícias, Marrocos, Moçambique, África do Sul e Tanzânia registaram aumento no uso da heroína “ – sublinha o documento.
A preferência dos narco-traficantes de privilegiarem as suas operações para a costa ocidental de África justifica-se pelas fortes medidas de vigilância em vigor em Espanha e Portugal.
Segundo a Comissão de Controle Internacional de Narcóticos, o ano passado foi particularmente preocupante para os que se preocupam com a produção e tráfico de drogas em África.
No ano de 2004 registaram-se apreensões em número recorde de cocaína na África Ocidental – 600 quilos apreendidos no Gana, 450 quilos ao largo da costa do Togo, e 200 quilos apreendidos pelas autoridades de Cabo Verde.
O relatório alerta ainda que o facto de estar a aumentar o uso da heroína em países da África Oriental e Austral poderá ter graves consequências para o alastramento do HIV/SIDA.
Nas Cômoros, Etiópia, Madagáscar, Uganda e Tanzâ-nia, a marijuana constitui um significante produto comercial, com as áreas de cultivo a aumentarem quando se regista uma descida dos pre-ços dos produtos agrícolas.
Carstel Hyttel, da comissão internacional de controlo dos narcóticos diz que os governos africanos por si sós não conseguem enfrentar o problema da droga.
“A comissão internacional de controlo de narcóticos apela aos governos africanos para darem uma maior prioridade ao combate ao problema da droga nos seus países, e apela à comunidade internacional para fornecer a assistência e o apoio apropriados aos estados na região. Os países africanos têm capacidade institucional e técnica limitadas para enfrentar a questão do uso das drogas de forma alargada, isto tem um efeito negativo na implementação das estratégias de controlo das drogas”.
Existem pelo menos três tratados internacionais de controlo de drogas para lidar com o problema das drogas.
Moçambique assinou os três tratados. Ao nível de África, Angola e Guiné Equatorial são os únicoa países que ainda não assinaram, mas a sua adesão está para breve.
O AUTARCA - 09.03.2005