Por João CRAVEIRINHA
INTRODUÇÃO
A personagem ENEIAS, príncipe herói Troiano diria : …“Ab Uno Disce Omnes”… traduzido do Latim – “Por um, aprende a conhecê-los todos” – se referia à perfídia – má fé – dos Gregos na Guerra de Tróia. Este verso vem inserido na ENEIDA, II, 65, Poema épico incompleto (29/19 a.C), escrito por Virgílio ou de nome completo original, Publius Virgilius Maro – poeta Latino Romano (70 / 19 a.C).
DESENVOLVIMENTO
Muita gente revela uma tendência psicológica da AVESTRUZ, de esconder a cabeça no NIHILISMO – negação redutora (medo), de tudo que não lhes agrade, relativa à História, que eles próprios ignoram mas na ignorância não assumida se auto doutoram em matérias que desconhecem e de uma urgência de exorcismo histórico para terem o necessário distanciamento para perspectivarem e ultrapassarem complexos coloniais existentes.
Os Portugueses “Brancos” podem “meter a colher” (e mal), em tudo que é Africano e “Negro” e tendenciosamente, mas se um Africano com bases sólidas de conhecimento, fora dos textos oficiais, “fala” da História de Portugal, é “inimigo público número 1 a abater”… Vontade não faltará, silenciando as Vozes incómodas. Obviamente, a excepção confirmará a regra. Cada assunto tem o seu compartimento. Exorcizemos o tema da ESCRAVATURA e noutro compartimento falemos da actualidade mas sem esquecer que o presente é reflexo do passado. Nós todos não nascemos hoje. Houve um todo processo – curriculum – que veio de trás do passado recente –, avô do avô do avô, etc., que não pode ser eliminado para satisfazer vontades de um obscurantismo e às vezes racismo que só incomodará quem é isso mesmo, RACISTA, que se sentirá afectado assumindo um complexo superior de seus antepassados europeus, fora de contexto. No mínimo ridículo de uma mentalidade distorcida. A extracção de um dente cariado é dolorosa mas necessária. Assim é com a História…” A Alemanha Federal pós 2ª Guerra Mundial que nada tinha a ver com o nazismo e o Holocausto Judeu, pagou chorudas indemnizações a Israel que nem existia na altura como um Estado Independente.”…Interpretem correctamente. É uma citação a título do paradoxo de critérios. E não levantou contradições apesar de discutível. Este assunto de indemnizações a África, foi abordado pelo cronista desta coluna em tempo próprio, por ocasião da Conferência de Durban. O cronista deste espaço Moçambicano de análise e pensamento não é culpado da ignorância das pessoas que não tem acompanhado as suas crónicas desde 1997…” ÁFRICA DO SUL – À MARGEM DA CONFERÊNCIA MUNDIAL DE DURBAN – texto de João Craveirinha – Na cidade sul-africana de Durban está prevista a realização da primeira Conferência Mundial contra o Racismo, Xenofobia e Intolerância de 31 de Agosto a 7 de Setembro de 2001. …”O problema seria a aplicação prática dessas eventuais indemnizações, como e a quem?”…Isto foi escrito em Moçambique em Julho de 2001. Para lerem mais, aguardem para breve, de 6 livros, o Romance, intitulado: JEZEBELA – O Charme Indiscreto dos Quarenta – Crónica de uma Mulher; o percurso de uma luso-africana universitária e moderna no dia a dia actual em Portugal, Moçambique e Brasil, com flashes ao passado Histórico.
CONCLUSÃO
Verifica-se em Moçambique, no quotidiano, “projecções” de imagens contraditórias, quer na Publicidade em todas as suas formas alienatórias, quer na própria arrogância de certos ditos licenciados “negros, mulatos, índios e brancos”, enfatuados na arrogância de um diploma e da auto-assinatura de artigos até em Jornais com o ridículo auto-epíteto de DR do “alto” da …”auto-suficiência da ignorância”…, como diria meu “cumpadre” brasileiro – José Ramos Tinhorão – autor do Livro – Os “Negros” em Portugal: Uma Presença Silenciosa. Livro único de recolha de documentação de séculos sobre o papel Histórico do dito Negro, escravos e descendentes, no desenvolvimento da sociedade Portuguesa na Europa, durante séculos. Na 1ª edição em 1988, autografada pelo autor (JRT) em 1994, deixaria escrito para a “posteridade” (a minha) …” Para o João Craveirinha que sabe destas coisas, o melhor abraço do compadre brasileiro – José Ramos Tinhorão – Lisboa, 29/06/1994 (sic). J. Ramos Tinhorão, é um dos mais conceituados especialistas de Musicologia, História e Antropologia Cultural. Bem, já agora, também o cronista JC tem algum “direito” de se “gabar” de algo, mas sem pedestal …ehehehe…hehehe… visto muitos “escreverem” replicando ou repenicando do alto da Prosopopeia do pedestal da altivez ou será desfaçatez? Eheheh…ehehe…hehehe. I love this game …de réplicas e tetra réplicas da treta e da nau catrineta…Ehhh…ehhehe. Enfim! Tristezas não pagam dívidas. Caso contrário, muita gente cinzenta era milionária. “Infelizmente” eu nunca seria milionário por ser de “COR”! “Um pobre coitado que não sabe nada! Só observa e comenta a esmo”. Mas atenção – sempre com dignidade, de cabeça levantada! Ehhh…ehheheheh ! (FIM)
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 11.03.2005