A DO CHEFE DOS RECURSOS HUMANOS DAS “CALAMIDADES” É QUE ESTÁ A DAR MUITO QUE FALAR
MILSON FLORES, em Inhambane
Propaga-se um forte bate-boca na província de Inhambane, tudo por causa de um fenómeno novo e estranho no tribunal provincial local, caracterizado por sumiço misterioso de documentos oficiais, incluindo sentenças.
Neste caso, o que veio despertar maior atenção e alimenta conversa nas classes “média” e “alta” da
terra da boa gente tem a ver com o desaparecimento do célebre processo 209/03/TJCI, no qual está
implicado Silvano Faife Baúque, chefe dos recursos humanos do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), a nível de Inhambane, antes mesmo da sua execução.
Segundo Américo Chitrato Nhanombe, delegado distrital do INGC em Mabote (cerca de 350 quilómetros a Noroeste de Maxixe), estranhamente sumiu, também, um requerimento da sua autoria
enviado ao TJCI solicitando a certidão daquela sentença, na qual Baúque havia sido condenado ao desembolso de cerca de 60 milhões de meticais e a suspensão no cargo por dois meses, por alegadas falcatruas por si cometidas, sanção que não chegou a ser cumprida.
Ao que apurámos, hoje Baúque está destacado no remoto distrito de Mabote, na mesma província, exercendo as mesmas funções que, segundo fontes do interior do INGC, foi no seu cumprimento
que teve facilidades para concretizar as falcatruas em Inhambane.
Agastado com a chegada de Baúque a Mabote, Nhanombe emitiu, a 31 de Janeiro deste ano, um requerimento solicitando a certidão de sentença do processo 209/03/TJCI, mas em vão, tal como
havia sucedido em expediente idêntico remetido àquela instância umas duas semanas antes.
Nota do Autor: Aqui têm os apologistas do já famoso combate ao deixa-andar uma oportunidade soberana para demonstrarem que não andam a atirar areia aos olhos dos moçambicanos.
CORREIO DA MANHÃ (Maputo) – 11.03.2005