Segundo Cardeal D. Alexandre dos Santos
Por Robben Jossai
O cardeal Dom Alexandre José Maria dos Santos disse, semana passada em Maputo, que a abertura da Universidade São Tomás de Moçambique (USTM) vem com o propósito de colmatar o problema de falta de vagas no ensino superior, particularmente para as camadas mais desfavorecidas, numa altura em que este grupo social encara muitas dificuldades para ingressar nas univesidades.
Na sua intervenção, Dom Alexandre dos Santos falou da pobreza com que o País se debate, tendo referido que esta universidade, que abre o ano lectivo com 800 estudantes oriundos de Gaza e Maputo, poderá contribuir no sentido de evitar que os estudantes que concluem o ensino pré--univesritário possam cair no mundo dos desempregados. A USTM lecciona os cursos de Contabilidade e Auditoria, Informática, Filosofia e Gestão, o que vem dar mais uma oportunidade para a formação, particularmente de jovens, que têm maior responsabilidade em garantir o futuro do País.
De referir que a USTM cobra: para o curso de Filosofia uma taxa de 170 dólares (cerca de 3 milhões e quinhentos mil meticais) de ingresso mais uma mensalidade de 50 dólares (a volta de um milhão de meticais); para os restantes cursos 200 dólares (para aí 4 milhões) de ingresso mais 50 mensais.
"O combate à pobreza passa necessariamente pela união de todos contornando-se o egoísmo que caracteriza muitos ricos que não ajudam em nada os pobres", disse o cardeal acrescentando que este é o motivo por que "os ricos vivem isolados da população".
Dom Alexandre defendeu a necessidade de as pessoas viverem em comunhão caminhando no mesmo sentido e com o mesmo pensamento, que é de acabar com os graves problemas que apoquentam a sociedade moçambicana. "A ajuda deve ser mútua para evitar diferenças de classes", disse o prelado.
Da autoria do Cardeal Dom Alexandre José Maria dos Santos, o projecto de abertura da USTM tem, entre outras missões, que prestar o seu contributo na formação do homem cultural, moral e cientificamente.
Expansão versus descentralização
No dizer de Dom Alexandre, esta é uma forma através da qual se pode lutar para a redução da dependência externa a que o País está sujeito em vários domínios, sobretudo no que diz respeito a quadros qualificados. Acrescentou que o País não vai alcançar a independência económica enquanto não se observar o elevado nível de qualidade de ensino.
Em representação do Governo, a vice-ministra de Educação e Cultura, Antónia Xavier, mostrou-se satisfeita com a entrada em funcionamento da USTM dado que abre espaço para absorver mais pessoas interessadas em aumentar os seus conhecimentos académicos.
Antónia Xavier apelou aos estudantes e quadros daquele estabelecimento de ensino superior para a sua maior valorização.
A Universidade S. Tomás de Moçambique é a terceira instituição de ensino superior no País que surge por iniciativa e tutela da comunidade religiosa, depois da Universidade Católica de Moçambique (UCM), com divisões em Nampula, Cuamba (Niassa) e Beira (Sofala); e da Universidade Islâmica Mussa Bin Bique, localizada em Nampula e Inhambane.
Com a USTM, alarga- -se o leque de universidades sediadas na capital do país, entre públicas (Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica) e privadas (ISPU, ISCTEM, UDM, ISUTC).
Ainda semana passada, na cidade da Beira, a UEM deu mais um passo na sua descentralização, ao inaugurar a divisão da Faculdade de Direito naquele ponto do País. A UEM já ministra curso de hotelaria e turismo em Inhambane pela sua Escola Superior de Hotelaria e Turismo.
SAVANA – 18.03.2005