Activistas dos direitos humanos denunciam silêncio dos "media" |
Cabinda - Uma criança de apenas três meses de idade, Laisa Amélia, foi assassinada na aldeia cabinda de Malembo quando um militar angolano, sem razão aparente, esmagou o seu crânio contra uma parede. |
Testemunhas revelaram ao Ibinda.com que no dia 14 de Abril, por volta das 14h00, na aldeia de Malembo, localidade situada a norte da base petrolífera americana ChevronTexaco, a cerca de 30 km da cidade de Tchiwoa, um indivíduo «conhecido por Duduya, militar da marinha de Guerra de Angola cujo destacamento assegura a protecção da base de exploração petrolífera de Malongo, rebentou o crânio de uma criança de três meses de idade, tendo-a atirada contra uma parede», provocando a morte imediata da criança. Laisa Amélia Alexandre, natural de Malembo, com apenas três meses de idade, era filha de António Alexandre e de Perpétua Antónia. Em declarações ao Ibinda.com, activistas dos direitos humanos afirmam que o «assassínio» de Laisa Amélia é o caso «mais repugnante que se conhece em Cabinda em matéria de violação de direitos elementares de pessoa humana que Jorge Chicoty, Aníbal Rocha, Kundy Payama ou mesmo Correia Banza, desavergonhadamente continuam a negar». Acusam a hierarquia militar angolana, assim como os procuradores da República, de manterem «um silêncio cumplice deste interminável rosário de sofrimentos que persiste em causar vítimas inocentes». Os mesmo activistas recordaram que a jovem vitima, Laisa Amélia, é sobrinha de João Dias Pereira, ex-director provincial da Juventude e Desportos, que «tanto fez para que a Mpalabanda não tivesse acesso ao estádio do Tafe aquando da primeira tentativa de proclamação», a 1 de Fevereiro de 2004. «Dele também se aguarda que com a mesma energia que combateu a Associação se pronuncie sobre o assassinato da sua sobrinha», declararam. «É muito provável que o Governo esteja a preparar mais um comunicado para acusar a Mpalabanda de ter assassinada a criança», afirmou um activista dos direitos humanos. «Aliás, como disse o Presidente da República de Angola no seu discurso de 11 de Novembro último na cidade de Namibe, `a democracia e os direitos humanos, embora essenciais, não enchem a barriga de ninguém´», salientou. Os activistas dos direitos humanos em Cabinda deploram o silêncio dos órgãos de comunicação estatal sempre que é verificado um caso desta natureza afirmando que a comunicação social estatal «parece repousar em Cabinda em jovens zaragateiros liderados por Silvério Martins, silencia esta mais recente sanha assassina de um suposto Governo democrático e de direito». No mesmo dia em que Laisa Amélia foi assassinada, 14 de Abril, foi festejado em Cabinda o dia da Juventude do MPLA, e, segundo uma testemunha, foi «marcado pelas desordens da JMPLA». A mesma fonte afirmou que o dia da Juventude do MPLA «mereceu o destaque na imprensa do Estado. Quanto à morte da pequena, nem uma palavra». |
(c) PNN Portuguese News Network - 18.04.2005 |