Jaques Felisberto e Ramos Miguel, Editores do jornal/Fax IMPARCIAL e o semanário “O PAÍS”, correm risco de vida na sequência de ameaças de morte por "fuzilamento" proferidas pelo Director da Cadeia Central de Maputo, Jorge Micross.
A denúncia foi feita pelo jornalista Sérgio Manjate, que foi no passado dia 14 de Abril de 2005, torturado psicologicamente na companhia do motorista do seu jornal conhecido por “Kito”, pelo Director da Cadeia Central de Maputo. Micross ameaça fuzilar Jaques Felisberto e Ramos Miguel, nos mesmo moldes que foi tirada a vida no dia 22 de Novembro de 2000 em plena capital moçambicana, o ex-Editor do extinto jornal “Metical, o jornalista Carlos Cardoso.
Na mira do Director da Cadeia da Machava, estão também todos os jornalistas destes dois órgãos de comunicação social referidos. «Ele disse que nem que seja a minha última missão, vou descarregar AKM no corpo desses homens e depois vou entregar as minhas mãos para vocês me algemarem» afirmou o jornalista Sérgio Manjate, citando as palavras do Director da Cadeia Central de Maputo, quando era entrevistado hoje pelo IMPARCIAL.
A lista negra
A nossa fonte referiu que “Micross” sublinhou que o IMPARCIAL e “O País” estão na sua «lista negra» e que nem sequer, quer ouvir falar desses dois jornais. «São órgãos da Oposição que não sabem o que fazem, nasceram para denegrir a imagem de pessoas sérias que estão a trabalhar como Micross», acusou o chefe da Cadeia Central de Maputo.
Refira-se que quando o Director da Cadeia Central de Maputo proferiu estas perigosas declarações, fê-lo na presença de muitas pessoas, incluindo supostos directores de algumas unidades prisionais de Maputo. «Estavam na presença de, não sei se são mesmo directores das cadeias, ou são seus subordinados, mas dizem que são directores das cadeias daqui da cidade. Eles reforçaram dizendo que estes são marginais e merecem isso, chefe. Depois de fazer essa sua missão, não precisamos de algema-lo. O senhor estará a limpar a sua honra», diziam os “kapangas” de Micross.
Processo crime contra Micross
O jornalista que denunciou estas barbaridades cometidas pelo Director da Cadeia Central de Maputo, disse que o jornal de que faz parte, está a preparar um queixa formal para incriminar Jorge Micross pelas torturas infrigidas contra os seus trabalhadores. No contacto que manteve com o nosso jornal, Sérgio Manjate reconheceu que tirou fotografias da parte externa da Cadeia Central de Maputo sem autorização.
Manjate disse também que Jorge Micross não foi capaz de tipificar o crime que cometeram limitando-se a dizer que «quebrámos a lei de imprensa»
Micross não bate “bem”
O jornalista Sérgio Manjate foi mais longe e acusou o Director da Cadeia Central de Maputo de não bater “bem”. «Na minha maneira de ver, ele não está 100% consciente, ele age inconscientemente, as palavras que proferia as torturas psicológicas que nos fez, as ameaças todas não são de um indivíduo que está cem por cento consciente».
A ira de Jorge Micross contra os jornalistas subiu aquando das informações divulgadas pelos diferentes órgãos de informação àcerca da recente e espectacular evasão de reclusos da Cadeia Central de Maputo, onde muitos dos fugitivos foram abatidos mortalmente como se de galinhas se tratassem.
JOSÉ CHITULA – IMPARCIAL – 25.04.2005