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O ensino do português no Zimbabué será um dos temas que os presidentes de Moçambique e do Zimbabué irão abordar, durante a visita de Armando Guebuza aquele país, disse hoje à Agência Lusa o ministro moçambicano da Educação.
Segundo Aires Aly, o assunto será discutido durante a visita que Guebuza efectua a partir de hoje ao Zimbabué, país com o qual Moçambique mantém boas relações políticas e económicas, apesar do isolamento internacional a que tem estado sujeito Harare, devido à controversa reforma agrária naquele país.
Sobre o interesse de estudantes zimbabueanos em aprender o português, o ministro moçambicano da Educação disse à Lusa que Armando Guebuza e o seu homólogo Robert Mugabe irão estudar formas de incentivar essa tendência.
"O domínio das línguas que se falam em cada um dos países vizinhos pode ser mais um vector de integração regional preconizada no âmbito da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral" (SADC), sublinhou Aly.
O titular da pasta da Educação em Moçambique acrescentou que a expansão do português na África Austral resulta do estatuto do idioma como língua de trabalho em instâncias regionais e continentais, como a União Africana (UA).
Aires Aly adiantou que o conhecimento do português por um crescente número de habitantes da zona "irá facilitar a interacção com Moçambique", dado o maior intercâmbio entre os povos da África Austral, cuja maioria de países tem o inglês como língua oficial.
Actualmente, os dois países já promovem o intercâmbio de estudantes para a aprendizagem das respectivas línguas oficiais, devendo agora esse movimento ser incrementado.
O presidente de Moçambique, eleito em Dezembro último para suceder a Joaquim Chissano, realiza hoje a sua primeira visita oficial ao Zimbabué, no início de um périplo que o levará à Suazilândia e ao Malaui.
No Zimbabué, onde permanece até domingo, Armando Guebuza participa na inauguração da 46ª feira de Negócios em Bulawayo, a segunda cidade do país, e manterá reuniões com o presidente Robert Mugabe e com membros do seu governo. Ao contrário do que aconteceu nas deslocações que o presidente moçambicano efectuou recentemente ao Botsuana e à África do Sul, das quais resultaram acordos recíprocos de isenção de vistos fronteiriços, não está prevista a assinatura de qualquer protocolo do tipo nesta viagem.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 28.04.2005 |