Um autêntico catálogo de irregularidades ilustra-o: exploração desenfreada da madeira, falta de transparência na atribuição de concessões, aparentes influências no processo de obtenção de licenças de exploração, ausência total de benefícios para as comunidades que vivem nas ribeirinhas das respectivas áreas de exploração.
Aponta-se ainda neste conjunto de factores que originam os desmandos no corte desordenado da madeira, a fraca capacidade dos Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia, aliada à fraca resistência aos subornos de exploradores ilegais e sobretudo o excesso de tolerância das entidades governamentais aos violadores da lei florestal.
Por exemplo, até hoje confirma-se a existência de quantidades não especificadas de madeira abandonada nas matas desde 2002, crime cujos protagonistas são pessoas conhecidas e continuam a fumar o seu cachimbo livremente.
Os problemas relacionados com a desordem na exploração da madeira arrastam-se há mais de sete anos, perante olhar complacente das autoridades governamentais.
A Rede de Organizações Para o Ambiente e Desenvolvimento Comunitário Sustentável da Zambézia (RADEZA), em representação da sociedade civil, resolveu apresentar ao governo provincial um protesto formal datado de 4 de Abril de 2005, advogando maior transparência na actividade.
No protesto, a RADEZA, cansada de assistir tal cenário, faz várias denúncias. Entre elas, um edital contendo graves lacunas publicadas pela Direcção Provincial de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Zambézia no jornal `notícias´, edição do dia 16 de Março, na sua página 12.
Face a todo episódio, a RADEZA, através do seu protesto, considera que a província da Zambézia está a viver um cenário de não cumprimento da lei de floresta e fauna bravia, concorrendo sempre aos atropelos que colocam a província numa auto-estrada onde está enraizada a má planificação e gestão sustentável... |