A Liga dos Direitos Humanos (LDH) exortou hoje as autoridades moçambicanas a tomarem "medidas exemplares" para se evitarem episódios como o do "menino Samuel", cujos órgãos genitais foram mutilados por alegados traficantes de órgãos.
Samuel chegou hoje a Maputo proveniente de Lisboa onde lhe foi reconstruído o pénis no Hospital Dona Estefânia, por uma equipa coordenada pelo cirurgião português Gentil Martins.
Momentos após o seu desembarque, a presidente da LDH, Alice Mabota, que acompanhou o rapaz, de 10 anos, no seu regresso a Moçambique, apelou ao governo para se interessar pela situação da vítima, como forma de desencorajar casos do género no futuro.
"É preciso que haja interesse por parte das autoridades de modo a evitar-se situações destas no país, para tal é necessário que se tomem medidas exemplares" contra os envolvidos neste tipo de prática, sublinhou.
Alice Mabota descreveu a saúde do rapaz como em "perfeitas condições", afirmando que Samuel terá um acompanhamento médico, mas deverá voltar a Lisboa nos próximos dois anos.
O rapaz vai regressar entre quarta e quinta-feira a Chimoio, capital provincial de Manica (centro), sua terra natal, a pedido dos seus pais, disse Mabota.
Os três alegados executantes da mutilação e o suposto mandante, um comerciante, residentes em Chimoio, encontram-se detidos, aguardando julgamento.
Fonte: www.lusa.pt - 09.04.2005