TRÊS ANOS DEPOIS
Os ex-trabalhadores moçambicanos regressados da atinga Alemanha do Leste, vulgo "Madgermane" prometem que vão tomar parte no desfile das celebrações do dia Internacional do Trabalhador que se assinala em todo o mundo no dia 1 de Maio. A informação, foi tornada pública durante a conferência de imprensa concedida ontem aos jornalistas em Maputo.
Este posicionamento dos "Madgermane" ocorre três anos depois de terem sido banidos pela Organização dos Trabalhadores de Moçambique(OTM-CS) de participar nos habituais desfiles das comemorações do 1º de Maio, por terem trocado palavras injuriosas contra o ex-presidente da República de Moçambique, Joaquim Chissano em 2002 na Praça dos Trabalhadores na capital moçambicana.
Os “Magdermane” reivindicam até hoje o pagamento pelo Governo das indemnizações a que afirmam ter direito pela rescisão compulsiva de trabalho na Alemanha. Alberto Mahuae, Coordenador do Fórum dos ex-regressados da RDA, disse ontem que o desfile do presente ano vai ser de forma pacífica, protestando os seus direitos de forma organizada.
«Nós vamos manifestar a nossa desilusão, mas sem proferir palavras injuriosas, atitudes de vandalismo, apenas transmitir o problema que nos apoquenta» garantiu Mahuae. Segundo Mahuae, a nova imagem dos “Madgermane” deve-se ao facto das novas figuras do actual Governo chefiado por Armando Guebuza, estarem abertas ao diálogo.
«Temos esperança e expectativas que o nosso problema terá solução» afirmou. O Coordenador do Fórum dos ex-Regressados, acrescentou que estão moralizados com a nova dinâmica do actual Governo, razão pela qual não há motivos para se confrontarem com as autoridades.
«Acreditamos que o Governo de Armando Guebuza vai combater o “espírito de deixa andar, malabarismos, corrupção, entre outros males que dominaram o Governo cessante do partido Frelimo» acusou Mahuae, assegurando que na manifestação do próximo dia 1 de Maio, não voltará a acontecer o incidente de 2002, na Praça dos Trabalhadores porque finalmente já estão a ser tratados como cidadãos nacionais, e não ignorados e desprezados como acontecia», disse.
A fonte que estamos a citar, apelou aos outros colegas que se encontram nas províncias de modo a participar no desfile do dia Internacional do Trabalhador de forma pacífica. AN
IMPARCIAL – 28.04.2005