PROCURA-SE AINDA MODELO IDEAL DA VENDA DA COMPANHIA
FILIMÃO SAVECA
O processo de há anos apregoada privatização da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) está, temporariamente, interrompido até que seja encontrado o modelo ideal da venda daquela antiga companhia aérea com mais de 800 assalariados e detida, maioritariamente, pelo Estado moçambicano com 80% de acções.
O problema principal que se coloca é se o Estado moçambicano abdica da total ou parcial responsabilidade do controlo da empresa e se primeiro reestrutura-se a companhia ou é transaccionada nas actuais condições, de acordo com declarações ao Correio da manhã, na última sexta-feira, em Maputo, do engenheiro José Viegas, presidente do Conselho de Administração das Linhas Aéreas de Moçambique.
Viegas negou que o atraso que se regista esteja relacionado com o temor que se abate sobre os
trabalhadores que detêm os restantes 20% de acções da empresa sobre a sua futura sorte a advir da
privatização da companhia e de correntes mais influentes no xadrez político e governativo de Moçambique, com Marcelino dos Santos, membro fundador da FRELIMO à testa.
Falando, em Abril de 2003, em entrevista a este jorna, dos Santos afirmou que a questão da LAM “é
de orgulho nacional, para além de se mostrar rentável e financeiramente de boa saúde” (Cm 1580).
Redução da força laboral
O PCA da LAM sublinhou que o problema principal que está por detrás da interrupção do processo prende-se, única e exclusivamente, em saber se o Estado vai ou não abandonar o controlo da empresa “e não o facto dos trabalhadores estarem com medo de serem expulsos porque sabem e estão conscientes que isso é inevitável, sobretudo na nossa empresa que emprega mais força laboral que o necessário”.
Viegas falava à margem de uma cerimónia de assinatura de um acordo de parceria com a empresa privada lusa Air Luxor, ao abrigo do qual esta última passa a realizar um voo semanal na rota Maputo-Lisboa-Maputo com a duração de três anos.
A parceria permitirá oferecer ligações para vários destinos no interior de Moçambique e à rede de rotas regionais da LAM ao mercado europeu.
O acordo foi rubricado por José Viegas e Paulo Mirpuri, presidente da Mirpuri Holding, uma companhia aérea de capitais privados portuguesa.
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) – 04.04.2005