NUMA CONFUSÃO ONDE HOUVE FERIDOS E DEPUTADOS DETIDOS
O partido Frelimo já canta vitória no município da Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, nas eleições intercalares, fortemente contestadas pela Oposição, liderada pela Renamo-União Eleitoral.
Até ao fecho da nossa edição, ontem, a situação política na Vila de Mocímboa da Praia, permanecia
Foram presos representantes da “perdiz” no STAE provincial e distrital, para além de dois deputados da Oposição na Assembleia da República.
Entre as pessoas detidas, e que já foram soltas sem mandado de soltura, constam os deputados da “perdiz”, na AR, Carlos Manuel, do círculo eleitoral de Nampula e Elisa Silvestre Cipriano, da Zambézia.
A força policial destacada para o Município da Mocímboa da Praia, chegou ao ponto de prender, sem
Na intervenção musculada da PRM, ficaram feridos alguns populares, alguns dos quais, com gravidade.
Há registo não oficial de um baleamento de um dos apoiantes da “perdiz”, que segundo as nossas
«Houve muitas irregularidades. Prenderam ilegalmente os nossos colegas de bancada, não sei porquê.
O Regimento dos deputados na AR não permite que eles sejam detidos de qualquer maneira», disse Moreno numa entrevista via telefónica ao IMPARCIAL .
Reacção oficial
Ao nivel central, a “perdiz” avançou, nas primeiras horas de ontem com um comunicado no qual manifestava a sua apreensão devido a acontecimentos que estavam a ocorrer na Mocímboa da Praia à volta da votação e apuramento dos resultados.
Além da queixa sobre as detenções dos seus deputados na AR, a Renamo-UE apontou a presença massiva dos agentes da PRM, comandados superiormente pelo ministro do Interior, José Pacheco, antigo governador de Cabo Delgado, que fez questão de percorrer as mesas de votação, num total de vinte, acompanhado de um forte aparato policial, aquilo que a “perdiz” classifica de «uma autêntica afronta à liberdade de o cidadão exercer o seu direito de voto sem coacção».
As queixas
A “perdiz” acredita que houve fraude, para a escolha do edil da Mocímboa da Praia. Um dos argumentos, no seu comunicado, que circulou na manhã do último domingo, foi de que a “maçaroca e tambor” mais uma vez recorreu à técnica de inutilizar os votos. Só na mesa em que era chefiada pela esposa do administrador da Mocímboa da Praia, foram inutilizados pelo menos 500 votos, com recurso à tinta indelével, avança a Renamo-UE.
Aliás, no seu comunicado, aquela organização, alista uma série de mesas onde os votos foram inutilizados, com recurso ao mesmo processo.
Segundo os dados oficiais, da contagem intermédia, tornados públicos, ontem, a diferença entre o
JC E REDACÇÃO – IMPARCIAL – 23.05.2005