O presidente da República, saído das últimas eleições gerais, Armando Guebuza, mais de 100 dias depois da sua indicação para a chefia do Estado Moçambicano, incluindo a liderança do Governo, insiste na sua viagem de “lua de mel”, onde a tónica dos contactos populares, se dilui entre o abstracto e emoção. Está quase no final do seu périplo, depois de percorrer nove províncias, faltando Maputo e Maputo cidade, mas o que se viu é uma tentativa de reactivar as bases populares do seu partido e conquistar as autoridades tradicionais, estas últimas, há muito atiradas ao caixote de lixo, conotadas com os resíduos do colonialismo. Os ventos da história mudaram: com o descréditos dos GD’s, conotados com todos os males ao nível da base - desde a proclamação da Independência Nacional – agora, as ditas autoridades tradicionais, promovidas a líderes comunitários, através de um decreto do Conselho de Ministros, nos tempos de Joaquim Chissano, aparecem como tábua de salvação para a possível penetração de Guebuza e o seu partido nas massas populares. É assim que no seu périplo, pelas províncias, os régulos e outros líderes tradicionais, “embrulhados” no novo fardamento, aparecem, em primeira linha, em frente dos Grupos Dinamizadores(GD´s), também promovidos a líderes comunitários no referido decreto. Exprimido o discurso do novo líder, no referido périplo, temos a mensagem de agradecimento, pela vitória do seu partido, os chavões: combater o deixa andar, corrupção, blá,blá... Por contabilizar fica por saber quanto é que uma comitiva presidencial, gasta, por tão pouco ... Do resto, ficamos com o registo das “capulanas rolantes”, que acompanham Guebuza no seu périplo, numa deslocação que alguns órgãos de comunicação social tentaram nos impingir com a ideia de que se tratava de uma “presidência aberta”, mas que não passa de uma tentativa de relançar a imagem de uma formação política – a Frelimo – à custa do erário público. JF IMPARCIAL – 28.05.2005