Também a história do haxixe que levou a bufaria de Inhambane às celas tem outros contornos
No distrito de Govuro, o último a norte da Província de Inhambane, e que tem como capital a vila de Nova Mambone, como noutros distritos costeiros daquele província, se assiste a um verdadeiro saque de recursos da orla marítima ante a passividade das autoridades locais.
Os “boers” sul-africanos, com a cumplicidade de figuras ligadas à nomenclatura do partido com sede na Rua Pereira do Lago, começam a procurar pedaços de terras, na chamada zona dos pescadores, uma vez que aquela região é fértil para a extracção de camarão "tigre", um dos mais apetitosos de
Moçambique. Aliás, fontes do IMPARCIAL, asseguraram que o referido marisco anda fora de circulação ao nível dos mercados locais “por ter nome”. Angelina Antónia, que vive no bairro de Massene, disse que o camarão desapareceu porque os “brancos” têm bons barcos. É reconhecida há muito tempo a fragilidade dos "governos do dia" em controlar a orla marítima.
Sobre haxixe
Outro facto, que nos foi posto ao corrente, e que continuaremos a tratar nas próximas edições, é sobre a embarcação com paquistaneses que foi embater nas rochas com tanta quantidade de haxixe, o que levou altas patentes da policia, naquele ponto do pais, aos calabouços.
«Aquele barco chocou ali por acidente, o haxixe já havia sido atirado na baia de Vilankulos», disse-nos um fonte policial que conhece o assunto. «Mambone não tem condições para esse tipo de operações», garantiu. Outro-sim, é que a maioria dos residentes daquela vila depositaram a sua confiança no padre italiano que ali se instalou à cerca de meio século. Recorde-se que aquele distrito, outrora chamado de esquecido, é uma das bases fortes do líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
IV – IMPARCIAL – 25.05.2005