Dezoito pequenos partidos da oposição moçambicana defenderam hoje a remoção da barreira dos cinco por cento exigidos pela lei eleitoral de Moçambique para a representação parlamentar, recusando uma proposta de coligação pré-eleitoral.
O Partido Trabalhista de Moçambique (PT), força política extraparlamentar liderada por Miguel Mabote, submeteu à Assembleia da República uma proposta de coligação dos partidos derrotados nas eleições gerais de Dezembro, visando maior concorrência nos próximos actos eleitorais.
EXPRESSO - 24.05.2005
A lei eleitoral moçambicana impõe uma fasquia superior a cinco por cento dos votos para a eleição de deputados ao parlamento nacional, o que tem contribuído para a repartição dos 250 assentos entre os dois grandes partidos do país: Frelimo, no poder, e Renamo, na oposição.
Na última quinta-feira, os 18 partidos da oposição subscreveram uma proposta de criação de um «governo-sombra», da autoria do líder do Partido Independente de Moçambique (Pimo), Yá-qub Sibindy.
Por seu turno, o líder do Partido Nacional Moçambicano (Panamo), Marcos Juma, pediu ao «governo-sombra» que reflicta sobre a possibilidade de se propor ao Parlamento a criação de uma bancada integrando cinco deputados, cujos assentos seriam disputados pelas formações políticas que não conseguiram ultrapassar a meta dos cinco por cento.
Moçambique tem cerca de duas dezenas de partidos políticos, dos quais quatro são coligações, para além da Frelimo e da Renamo, as duas únicas forças com assento parlamentar.