NA SUA PASSAGEM POR SOFALA
Vários segmentos de opinião beirense deram a visita do presidente da República, Armando Guebuza a Sofala por “infeliz”, uma vez que o chefe de Estado não levou uma mensagem que fosse sossegar as suas diversas aflições.
De acordo com os referidos sectores de opinião, pese embora o governo tenha decretado tolerância
de ponto para que as pessoas fossem ouvir Guebuza, uma das razões da fraca presença da população no comício de segunda-feira, foi o desmoronar da expectativa.
«Quem saiu mais a ganhar nesta visita foi o próprio presidente que recebeu duas cabeças de boi, trinta cabritos, galinhas, enxoval, etc, quando a população não encontrou resposta para os seus problemas, como emprego», palavras de Diogo Jó.
De acordo com o nosso interlocutor, mais do que isto, a vinda de Guebuza serviu de manobra dilatória para conter os ânimos das pessoas que dele esperam soluções. Ficou patente nas suas palavras, pois o mesmo se referiu que irá dar cabimento às suas promessas feitas durante as eleições, quando o que se esperava eram resultados palpáveis, que fossem ao encontro dos corações aflitivos.
Nas palavras de Artur Fole, docente primário, o que foi visível nesta aparição de Guebuza é que ele não é diferente dos seus predecessores, que está determinado a resolver os problemas por via do discurso. «Não se percebe qual é a solução aos problemas do país como tanta frigidez e hipocrisia. Quando temos um Estado totalmente depauperado não se entende como um Presidente da República viaje com seus assessores e conselheiros, apenas para obter oferendas dos seus súbditos», disse Fole.
Para Fole, o resultado foi o que se viu: «por todo o lado em que passou o presidente acabaria sendo ofuscado dada a avalanche dos seus “camaradas”, que se faziam presentes em missão de clientelismo político, para obter melhores simpatia e tacho. Foi um desfile dos desavergonhados, que tornavam a presença do PR um feito religioso, oração de culto aos fiéis, motivo porque as ovelhas desertaram, abandonando o comício».
SP – IMPARCIAL – 18.05.2005