ADIAMENTO DA PRIVATIZAÇÃO DAS LAM
À margem das celebrações do 25º aniversário das Linhas Aéreas de Moçambique, cujo epicentro foi no último sábado, o IMPARCIAL, apurou que aquela transportadora pública não vai ser privatizada, pelo menos por enquanto.
No entanto, os trabalhadores, que viam os seus postos de trabalho ameaçados com a possível privatização, festejam as últimas notícias com alguma reserva.
O representante do comité sindical nas LAM, João Machava, falando, último fim de semana ao IMPARCIAL, elucidou que apesar do anúncio do recuo na privatização satisfazer os trabalhadores
continuam inseguros devido à constante circulação de informações contraditórias na empresa.
«Como é possível a pessoa sentir-se feliz? Já não sabemos em quem acreditar. Ainda é muito cedo para cantar a vitória, apenas vamos esperar para ver», referiu.
Segundo Machava, vive-se nas LAM um clima de descontentamento devido, em parte, aos despedimentos sem justa causa.
Avançou que muitas vezes os trabalhadores são despedidos sob pretexto de se estar a reestruturar
a empresa. Em consequência disso mais de 700 pessoas ficaram, nos últimos anos, sem os seus postos de trabalho naquela transportadora pública.
Refira-se que o Estado moçambicano é detentor, nas LAM, de 65 por cento das acções.
Marcelino dos Santos, um dos históricos da Frelimo, presente nas celebrações dos 25 anos das LAM assegurou aos trabalhadores que aquela companhia não seria privatizada. A alegação é de que «elas (LAM) são dos sectores chave do nosso país e nós não podemos desfalecer. Os tempos podem mudar, mas a pátria vai permanecer. E a LAM vai continuar a ser moçambicana».
Aquela companhia aérea, no entanto, enfrenta, nos últimos tempos uma forte concorrência de outras transportadoras, pelo menos no espaço moçambicano, com destaque para a AIR Corridor, que chega
a praticar tarifas mais barratas.
Segundo as fontes do IMPARCIAL, o futuro das LAM, que conta com uma máquina pesada e com poucas aeronaves, é ainda incerto, apesar dos aplausos que se possam dar a medida da sua não
privatização.
AN E REDACÇÃO
IMPARCIAL – 16.05.2005