Malam Bacai Sanhá, vencedor da primeira volta das presidenciais guineenses, disse que mantém contactos com Kumba Ialá para obter o seu apoio na segunda volta, em Julho.
Regressado terça-feira à noite de uma viagem ao Senegal, o candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) confirmou que abordou, de forma informal, Kumba Ialá, em Dacar.
Bacai Sanhá, Kumba Ialá e "Nino" Vieira deslocaram-se à capital senegalesa, no último fim-de-semana, a convite do presidente Abdoulaye Wade, que os quis incentivar a trabalharem para que a Guiné-Bissau não entre numa nova fase de instabilidade.
"Confirmo que mantive contactos informais com Kumba Ialá no Senegal, mas é aqui no país que vamos ter encontros formais onde vamos decidir de que forma vamos trabalhar juntos", disse Malam Bacai Sanhá.
Para o candidato do partido governamental, Kumba Ialá é hoje uma "figura incontornável" no cenário político guineense devido ao protagonismo que assumiu nos últimos dez anos da democracia no país.
"Penso que, efectivamente, Kumba Ialá é uma figura incontornável da política guineense, quer queiramos quer não, ele marcou a política do nosso país na última década. Penso que, por ser um patriota, porque defende este país, vai estar do lado da verdade, da justiça e da estabilidade", afirmou Bacai Sanhá.
A provar o sentido patriótico de Kumba Ialá está a sua recente decisão de, voltar atrás, e aceitar os resultados da primeira volta do escrutínio que o coloca como o terceiro candidato mais votado, disse Bacai Sanhá.
Quanto à deslocação ao Senegal, onde ainda se mantêm "Nino" Vieira e Kumba Ialá, o candidato do PAIGC frisou que serviu para agradecer o presidente do Wade "por tudo o que tem feito" para a estabilização da Guiné-Bissau.
Bacai Sanhá indicou que em nenhuma circunstância se encontrou com "Nino" Vieira na capital senegalesa, desmentido notícias da realização de um encontro os três políticos guineenses sob a mediação do chefe do Estado senegalês.
Quanto aos apoios dos demais candidatos que não chegaram à segunda volta, Sanhá preferiu não os divulgar, indicando ter sido essa a estratégia adoptada pela direcção da sua campanha.
Fontes próximas à candidatura independente de Iaia Djaló, sexto mais votado na primeira volta, (1,57 por cento) indicaram à Lusa que existem conversações com a directoria de Bacai Sanhá para um hipotético apoio na segunda ronda.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 30.06.2005