Com maior descaramento deste mundo o ex - presidente do CNJ (Conselho Nacional da Juventude) Gilberto Mendes , informou o seu sucessor, que no cofre do Conselho , só havia poeira e a conta bancária estava abaixo de zero. Enfim, nem uma quinhenta para comprar uma badjia.
Mas isto de Conselhos Nacionais, Sindicatos, Federações, Comités, Associações disto e daquilo, etc. etc. não apresentarem contas a quem de direito é um hábito que já tem barbas. Os relatórios e contas quando raramente apresentados, são de imediato chumbados e devolvidos à sua duvidosa proveniência.
E tudo isto se passa com o silêncio cúmplice dos não inocentes.
Exemplos gritantes do deixa andar desta palhaçada toda, são muitos, e alguns deles tão graves, que já deveriam há muito tempo, terem sido inspeccionados por quem tem o direito de zelar escrupulosamente pela gestão do património e dinheiro público, porque os órgãos a quem me estou a referir são de natureza pública.
Eis alguns dos maus exemplos: Na federação Moçambicana de Xadrez, o jovem timoneiro, anda com um stress do catano, porque o anterior presidente ainda não prestou contas a ninguém da sua actividade, e todos os dias há gente que nunca mais acaba, a exigir da Federação o pagamento de muitas facturas de produtos fornecidos à Federação, tais como: Óleo de cozinha, sacos e sacos de farinha, amendoim , arroz, batatas, etc, e fornecidos perante requisições da Federação assinadas pelo seu ex. Presidente.
Constatou-se durante a Assembleia, o desaparecimento de vários computadores, dezenas de tabuleiros de jogo, e um sem número de relógios, necessários para o controlo de partidas rápidas. Da biblioteca, apenas sobrou meia dúzia de livros. E como isto não bastasse, também sumiu um machimbombo de 26 lugares que só os deuses não inocentes devem saber onde está!
Na Federação Moçambicana de Atletismo o panorama é o mesmo. Contas? Também devem estar no segredo dos deuses. A coitada da nova presidente, Dra. Sarifa, vê-se em palpos de aranha para dar resposta a fornecedores munidos com requisições da anterior direcção, para que ela liquide os milhares e milhares de contos devidos, por produtos que nada têm a haver com a Federação. Também nesta Federação, que movimenta dinheiro que nunca mais acaba, nos cofres e nos bancos, apenas deixaram poeira. Mais Federações existem cujas anteriores direcções, ainda não prestaram contas, e não sei se algum dia as vão prestar.
O Sr. José Dimitri, não sabe disto.? E o Fundo de Promoção Desportiva o que tem a dizer?
Depois há outros problemas mais ou menos idênticos mas envolvendo esferas extra- desportivas são o caso dos Sindicatos, Associações, etc.
O vitalício Sindicato Nacional de Jornalista, já alguma vez prestou contas das suas actividades? A também vitalícia Associação dos Músicos de Moçambique, alguma vez prestou contas? Que eu saiba nunca. E a vintena de sindicatos que por ai proliferam e dizem com uma lata do caraças defender os trabalhadores, também prestam contas?
Apela-se a quem de direito, disciplina rigida e controlo financeiro rigoroso, sobre todas estas e demais instituições públicas, por que os milhões e milhões que elas movimentam, sejam perfeita e disciplinarmente controladas. E puna-se exemplarmente os prevaricadores.
Não se deixe-andar, já andaram demasiado.
MANECAS JOSÉ – IMPARCIAL – 15.06.2005