Eleutério Finita - Maputo - BBC - 23.06.2005 |
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Moçambique está em festa mas também em período de reflexão e balanço. Daquilo que foi feito e dos desafios que o país enfrenta, a SIDA é uma questão incontornavel. Os números falam de 14 por cento da população infectada, de 400 mil crianças órfãs de SIDA.
Mais de uma centena de chefes de estado e de governo adoptaram em 2001, no decurso de uma sessão especial da Assembleia da ONU, um compromisso de acção em relação ao HIV/SIDA. No ambito desse compromisso foram identificadas metas específicas: a introdução de políticas e estratégias destinadas a assegurar que a criança orfã e vulnerável, mereça uma acção mais concreta.Um ano depois o governo moçambicano apresentou um calendario de acções, mais voltado para a questão dos órfãos, que deveria ter entrado em vigor já em 2004.Jaime Chivite, membro da ONG que esteve envolvida num estudo sobre o compromisso do governo, "que dentro de tudo que foi feito, e sendo o assunto mais importante a politica da criança, ainda não existe nada de concreto por parte do governo".Para o responsável existe já uma preocupação declarada do novo governo, mas que tem de começar a ser efectivada, começando pelo "apoio às instituições políticas locais, para que possam dispor e aplicar medidas concretas."Segundo o ministério da mulher a acção social, seriam necessário cerca de 45 milhões de dólares, para por em prática o plano para crianças orfãs e vulneráveis no país, e paradoxalmente é o ministério com uma das mais magras fatias do orçamento moçambicano.