O chefe de Estado moçambicano apelou hoje ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, para influenciar o empresariado da União Europeia a investir em Moçambique, eliminando todos os "constrangimentos burocráticos" que retraem investidores, nos próximos cinco anos.
"Permita-nos, senhor presidente da Comissão Europeia, vos solicitar para que seja portador do nosso convite à comunidade europeia de negócios para que mais empresários europeus invistam no nosso país e assim darem a sua contribuição ao reforço das relações entre os nossos povos", exortou Armando Guebuza.
Para Guebuza, "os constrangimentos" que ainda se colocam ao desenvolvimento do país, designadamente o burocratismo, a corrupção e o crime, "não deveriam afastar os investidores", porque, disse, o seu Governo "compromete-se a combatê-los nos próximos cinco anos".
"Pelo contrário, os investidores deveriam ver nestes obstáculos desafios e uma oportunidade histórica de a nós se juntarem para combatê-los, de dentro do nosso país, enriquecendo a nossa determinação com as experiências dos seus países nesta batalha", defendeu o Presidente moçambicano.
Discursando num jantar oferecido ao presidente da Comissão Europeia, Guebuza pediu ainda que o "diálogo político entre a União Europeia e Moçambique seja reforçado", por forma a combater a pobreza, que afecta mais de metade da população do país.
"É nosso interesse que o diálogo político e os actuais níveis de cooperação existentes sejam reforçados, alargados e diversificados por forma a garantir que a pobreza não tenha outra opção senão recuar mais rapidamente em Moçambique", frisou Guebuza.
O chefe de Estado moçambicano afirmou-se esperançado que a comunidade europeia venha a responder satisfatoriamente ao seu pedido, destacando "a dinâmica de desenvolvimento da União Europeia, incluindo o processo de alargamento a novos membros".
Por seu turno, Durão Barroso reafirmou o empenho "de forma acrescida e sustentada" da União Europeia no apoio a Moçambique e ao continente africano, apesar da crise interna que a organização atravessa.
"Asseguro-vos que apesar das dificuldades internas que se têm vindo a verificar no seio da União Europeia, a Comissão não pode nem vai descurar a ajuda a África. Posso pois garantir que o nosso apoio ao processo de consolidação da democracia e desenvolvimento - as duas faces da mesma moeda - de Moçambique vai continuar de forma acrescida e sustentada", ripostou Durão Barroso.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 26.06.2005