Vuxhankuzi (Levanta o Chefe), Watchapaipe (Lava a Máquina), Kathaza e Massake são alguns dos nossos Viagras, usados há muito pelos homens e mulheres a reencontrarem o prazer sexual.
Muito antes do laboratório Pffizer anunciar o lançamento do seu célebre medicamento que, segundo consta, “até consegue levantar defuntos”, fazendo milagres a numerosos impotentes, sobretudo os de idade avançada, que pensavam que a “coisa não levantava mais”, nós por cá já tínhamos, afinal, remédios tão milagrosos e potentes como o Viagra.
Só com uma diferença: não têm tanta publicidade, não vêm em frascos de vidro, não têm rótulos, nem códigos de barra. Alguns vendedores desses medicamentos naturais contra a impotência, disseram ao Fim de Semana ter há ouvido falar do sucesso da droga americana, conhecida por Viagra, uma pílula capaz de pôr um homem impotente com o pénis eriçado, em pouco menos de 30 minutos e durante mais de hora e meia.
Mas ao que o Fim de Semana recolheu junto de vários vendedores destes remédios milagrosos “made in Mozambique”, os nossos curandeiros não estão atrapalhados com o surgimento do estrangeiro Viagra porque, mesmo antes dele, já se vendiam o Vuxhankuzi, Watchapaipe e outros, todos contra a impotência sexual, sendo usados por homens e mulheres de todas as idades.
O grau da eficiência desses medicamentos é testemunhada pela sua procura. Não se sabe quando é que foram descobertos, mas Jerónimo Mulhovo, um médico tradicional, acredita que o uso dessas raízes está associado à emancipação da civilização e cultura bantu há séculos, bem antes do Viagra, claro. “Comecei a vender esses medicamentos há sensivelmente 15 anos. A minha avó é que me ensinou a colher essas raízes no mato e nunca me disse quando é que começaram a utilizar para resolver os problemas de impotência sexual nos homens“, conta Mulhovo que diz ter muitos compradores dos seus produtos afrodisíacos.
De acordo com o curandeiro e vendedor de medicamentos tradicionais, na Praça do Xipamanine, em Maputo, as raízes têm “muita procura e gozam de uma eficiência respeitável”.
“São homens e mulheres de todas as idades que cá aparecem para comprar Vuxhankuzi e Watchapaipe, para serem potentes sexualmente”, conta Mulhovo, acrescentando que as solicitações para a preparação dos medicamentos da impotência sexual até agora ultrapassam as suas capacidades de resposta e, por isso, tem optado por empregar alguns familiares para o ajudarem na sua preparação.
Segundo Mulhovo, as raízes que ele vende “nunca mataram ninguém e levantam o ‘material’ em pouco tempo”.
“Li no Fim de Semana sobre o Viagra que até vocês disseram que já matou algumas pessoas. Nós aqui vendemos os medicamentos que não matam e que levantam o “material” do homem em pouco tempo (30 minutos) - esses são os Vuxhankuzi ou seja “Levanta o Chefe” e Watchapaipe o que quer dizer, “Lava a Máquina“, esses dois tipos de medicamentos, já comprovaram junto dos pacientes a sua eficiência e encontraram o melhor consumo nas pessoas entre homens e mulheres de todas as idades”, conta Mulhovo.
Para a administração do Vuxhankuzi e Watchapaipe, basta escolher a hora que se quer ter relações sexuais. Assim, faltando pouco tempo, toma-se o remédio e menos de meia-hora o pénis está em condições de atacar.
Caso o encontro não se efective, não se corre perigo de estar paralítico de alguns membros ou quaisquer danos no sistema genital, como já terá acontecido com o Viagra. Um dos pacientes que tomou este remédio americano acabou por ficar durante três horas com uma perna completamente dura, porque o remédio fez efeito num sítio errado.
Mulhovo disse ainda que as referidas raízes não só preparam o homem ou a mulher para aquele momento do prazer sexual, mas também se for usado durante um mês e com uma certa periodicidade, “acabará por completo a impotência sexual”.
“Esses medicamentos que adquirimos em Chidenguele, uma localidade na província de Gaza, curam a impotência e esterilidade nos homens e mulheres”, diz Mulhovo, acrescentando que a sua administração que é oral, não provoca efeitos colaterais.
“Para além destes medicamentos que nós aqui temos, existem outros importados que eu também vendo. São os Kathaza e Maissake, todos são raízes provenientes da Swazilândia, são eficientes e que nunca provocaram alguma desgraça nos seus utentes”, conta o curandeiro que diz que essas raízes são procuradas por religiosos, curandeiros, mulheres para si ou para os seus maridos. “Os majonijonis (mineiros moçambicanos na África do Sul) são os meus melhores clientes dos meus serviços”, disse Mulhovo.
Lourenço G., 52 anos, disse em conversa com o Fim de Semana que usou o Vuxhankuzi, o que o fez conseguir gerar dois filhos. “Comecei a tomar esses medicamentos em 1984 depois do meu «bicho ter caído» entre os anos de 1970 e 72, já não me recordo bem, porque estávamos em guerra, sempre que tomava o material levantava e fazíamos amor, e assim conseguimos o primeiro filho e depois o outro, agora temos usado (eu e a minha mulher) de vez em quando, porque agora sozinho ele já levanta” contou Lourenço, acrescentando que a ideia foi da sua mulher.
O Fim de Semana soube ainda que no Norte de Moçambique existem outras formas de “levantar o defunto”, através dos órgãos genitais de animais, como os cabritos ou porcos. “Presume-se que esses animais não sofrem de impotência sexual e daí o uso dos seus órgãos para o tratamento da doença”, disse Mulhovo, acrescentando que tentará trazer o medicamento para o Sul de Moçambique.
Fonte em Maputo