Assinalam-se hoje, 16 de Junho, no país, dois acontecimentos importantes, nomeadamente o 25º aniversário da criação do metical, a moeda nacional, e a passagem de 45º ano após o massacre de Mueda*, em Cabo Delgado que, segundo a história oficial, terão morrido cerca de 600 moçambicanos crivados de balas das tropas coloniais portuguesas, quando de forma pacífica exigiam a Independência Nacional.
Sobre o massacre de Mueda, à medida que o tempo passa e com os investigadores a pesquisar mais os dados, se começa a por em causa o número oficial de vítimas. Um dado que parece assente é que a tropa colonial disparou contra manifestantes civis em Mueda naquela longínqua data (16 de Junho de 1960). Quanto às mortes, acredita-se que não terá chegado a duas dezenas.
Moeda nacional
À meia-noite de domingo, dia 15 de Junho de 1980, através da emissão nacional da Rádio Moçambique o então presidente da República Popular de Moçambique, Samora Machel, em discurso à Nação, decretou formalmente o fim de circulação da moeda em Escudos e a introdução do Metical como moeda de circulação nacional. Tal medida foi formalizada nas Leis 2 e 3/80. A designação da moeda - o Metical - deriva do nome de uma moeda de troca utilizada nas transacções entre as populações em algumas regiões de Moçambique centenas de anos antes (aparentemente uma pitada de ouro aluvial enfiada na parte oca de uma pena de ave). No entanto, a passagem de mais um aniversário do Metical ocorre numa altura em que aquela moeda nacional está em queda cambial face às moedas mais fortes, como o
dólar norte-americano(o câmbio da moeda nacional em relação ao dólar está acima de 24 mil meticais).
IMPARCIAL – 16.06.2005
*Passando hoje mais um aniversário do denominado “massacre de Mueda” e devido aos erros crassos, e porque não propositados, contados na História Oficial da Frelimo, não só quanto à motivação da reunião, como ao modo como decorreu a “banja” e suas consequências, peço que vejam e ouçam o que está em:
http://www.macua.org/Quantos_Morreram_em_Mueda.htm
* Claro que, independentemente do número, são sempre de lamentar quaisquer mortes violentas.
* Aos mais descrentes, peço que consultem o Arquivo Histórico de Moçambique.
Fernando Gil