Cerca de 800 mil pessoas vivem em áreas ainda afectadas pela presença de minas terrestres, 12 anos após o fim da guerra civil em Moçambique, anunciou quinta-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros do país.
Segundo Alcinda Abreu, a existência dos engenhos explosivos anti-pessoais condiciona a livre circulação e é um obstáculo ao desenvolvimento económico em vastas áreas de Moçambique.
Apesar desta situação, Moçambique reduziu, desde o final de 2003, de 583 para 204 o número de aldeias afectadas pelas minas, numa operação que removeu e destruiu mais de 18 mil engenhos de guerra.
Em 2004 registaram-se 13 incidentes com minas, que causaram três mortos e 27 feridos.
A maioria dos engenhos removidos encontrava-se na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, junto da fronteira com a Tanzânia.
Algumas das minas tinham sido colocadas durante a guerra colonial que, entre 1962 e 1974, opôs o Estado português à guerrilha da FRELIMO, e outras resultaram de 16 anos de guerra civil, terminada em 1992, entre o governo e a RENAMO.
Moçambique assumiu, como signatário da Convenção de Otava de ilegalização de minas anti-pessoais, a destruição de todos os engenhos até 2009.
No entanto, diversos especialistas têm afirmado que a meta só será atingida com maior empenho do governo, da sociedade civil e dos doadores internacionais.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 10.06.2005