Maputo, Moçambique, 14/06 - O chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, garantiu que o dossier sobre a morte do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Machel, falecido num acidente de aviãção em Outubro de 1986 na África do Sul, "nunca esteve e não está esquecido".
Em entrevista à "Rádio Moçambique", emissora oficial, por ocasião dos 30 anos da independência do país a celebrar-se a 25 de Junho, Guebuza disse que o governo continuará a pressionar até alcançar as respostas sobre a morte de Samora Machel, mas esclareceu que elas não dependem apenas do Executivo, mas também do resultado das investigações.
"O dossier existe. Nunca Moçambique, a nível do governo, o pôs de lado. As respostas é que ainda não estão lá. Vamos continuar a pressionar para que possamos encontrar tais respostas que não dependem totalmente de nós mas sim do resultado das investigações ainda em curso", afirmou.
Guebuza considerou que o alcance da verdade está a ser comprometido pelo facto de se desconhecer como apareceu o sistema de navegação "VOR" que transmitiu sinais, forçando o avião que transportava Samora Machel e sua delegação a desviar da sua rota normal e a se despenhar em Mbuzini (África do Sul).
Um outro empecilho para o esclarecimento do caso é a atitude do então regime sul-africano do "apartheid" que considerou encerradas as investigações para sonegar da verdade, precisou.
"Nós não podemos parar por aí. Temos que continuar a investigar para podermos conseguir levantar as questões relevantes do assunto. Estamos a trabalhar para que isto aconteça. Este dossier nunca foi esquecido. É impossível que seja esquecido", ressaltou Guebuza.
Esta foi a primeira reacção do Presidente moçambicano sobre a morte de Samora Machel desde que assumiu o cargo em Fevereiro último.
Samora Machel morreu em Mbuzini a 19 de Outubro de 1986 com 34 membros da sua comitiva na sequência do despenhamento do avião presidencial quando vinha da Zâmbia, para onde se deslocara em missão de paz para a África Austral.
O local onde Samora Machel morreu foi transformado em monumento em sua memória após o derrube do regime do apartheid na África do Sul.
AngolaPress