O ex-presidente português Mário Soares apelou hoje, em Maputo, para um maior envolvimento internacional no combate ao HIV/SIDA em Moçambique, durante uma visita a um projecto liderado pela organização italiana Comunidade de Santo Egídio.
"Todos os auxílios são poucos e devem ser feitos", disse Mário Soares, após ter visitado o centro da DREAM, nos arredores de Maputo, que trata com anti-retrovirais cerca de 1.500 pessoas infectadas com o vírus da SIDA.
Durante a visita, o ex-presidente português ficou impressionado com o relato de Ana Maria, uma activista moçambicana de 42 anos, infectada desde 2003.
Com o auxílio de fotografias, a activista recordou que à data da sua entrada naquele centro pesava apenas 29 quilos e actualmente está a fazer a uma dieta para emagrecimento.
Diariamente, utiliza o seu exemplo para exortar outros infectados a tomarem com regularidade os medicamentos de forma a transformar o HIV/SIDA numa doença crónica, permitindo-lhe viver com qualidade e mais tempo.
"É importante lutar a sério e fazer com que as pessoas não percam a esperança", considerou Soares, que recordou o estigma social que ainda persegue a doença, como "antigamente acontecia com a lepra".
Em Moçambique o HIV/SIDA tem uma taxa de prevalência de 13 por cento entre a população adulta.
Mário Soares encontra-se desde hoje em Moçambique para participar numa palestra sobre o papel da universidade nacional na independência, na quinta-feira, e é igualmente convidado especial às cerimónias dos 30 anos da proclamação da independência, no sábado, dia 25 de Junho.
Na quinta-feira, o ex-chefe de Estado deverá manter encontros com o antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, com Graça Machel, viúva do primeiro presidente do país, Samora Machel, e Janet Mondlane, viúva do primeiro presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 23.06.2005