Guiando-me por este meu papel de “mensageiro” que assumi, pela força de talento, apareço, hoje, novamente, neste nobre espaço para, de forma honesta, franca e humilde, transmitir, a quem se julgue no direito e no dever de dar qualquer satisfação às inquietações dos munícipes desta bela cidade de Nampula.
As inquietações giram à volta da aparente falta de diálogo e, se quisermos, de relacionamento entre os munícipes e o governo autárquico. Este mal vem associar-se à lentidão no cumprimento do ambicioso programa quinquenal apresentado em 2003. Na campanha eleitoral, todos os munícipes de Nampula ouviram de Namuaca e seus seguidores, discursos de encorajamento para uma governação participativa.
Na minha opinião, a governação participativa é a partilha de opiniões para uma convivência salutar, rumo a um desenvolvimento harmonioso da cidade de Nampula. Esta partilha de ideias começaria, segundo o manifesto eleitoral, logo que os órgãos municipais assumissem o poder. Porém, volvido cerca de um ano e meio, nada está a ser feito, como testemunho dessa propalada governação participativa.
O que se nota, isso sim, é uma ausência de diálogo entre os governantes e os munícipes e prontos. Decorrido mais de um ano, a população (a mesma que votou) não conhece ainda os seus dirigentes e o mais agravante não acompanha, por qualquer que seja o canal, as realizações e acontecimentos considerados de realce. Não há “chapa” para Muatala, Namicopo e outras zonas vitais. E ninguém diz nada, apesar desta clausula constar do plano do Conselho Municipal. Os mercados informais continuam degradados e expostos à chuva e ao sol. A erosão, o lixo e a ocupação desordenada do solo urbano continuam a preocupar a cidade e pelos vistos ninguém se preocupa por isso.
O desemprego, as infecções de transmissão sexual, incluindo o SIDA, tiram os jovens a vontade de viver na terra e não existe, ao nível da edilidade, qualquer plano de inverter o cenário.
O que estarão, então, a fazer os vereadores, por forma a que a governação participativa seja uma realidade?
Que é o munícipe que se recorda de ter acolhido, no seu bairro alguma visita de trabalho de um vereador?
Quem é que se recorda de ter lido ou escutado uma notícia, “amarga” que seja, em que a fonte seja um vereador?.
Não terão, estimados vereadores, assumido o poder somente para atender aos vossos caprichos pessoais em detrimento dos interesses da maioria?!
Se na verdade, o Conselho Municipal aposta numa governação participativa, os senhores vereadores deveriam “dar a cara” nem que fosse com uma mentira para explicarem ao eleitorado algo que esteja relacionado com as suas funções. Se forem incapacitados em acções concretas, mostrem capacidade, pelo menos, no “papo”.
WAMPHULA FAX - 14.06.2005