ELEIÇÕES INTERCALARES NA MOCÍMBOA DA PRAIA
O Recurso da Renamo-UE, sobre as eleições intercalares na Mocímboa da Praia, a 21 de Maio de 2005, foi chumbado pelo Conselho Constitucional porque os factos alegados careciam de «suporte probatório adequado».
Assim, Amadeu Francisco Pedro, candidato da Frelimo à sucessão do edil do Município de Mocimboa, Camissa Adamo Abdala, falecido em Outubro de 2004, foi proclamado vencedor, com 52,67 por cento dos votos, suplantando Saíde Assane, da Renamo-UE, que obteve 47,33 por cento dos votos escrutinados. A participação dos eleitores foi de 55,67 por cento num universo de 18.968.
Mas o que alegava a Renamo
Momentos depois da divulgação oficial dos resultados, pela Comissão Nacional de Eleições, em Maio, Augusto Mateus, mandatário da “perdiz” assegurou que o processo havia sido viciado, e as reclamações da Renamo-UE, apresentadas no acto de apuramento dos resultados, nas mesas de votação, pelos delegados de mesa, não foram devidamente respeitados. Referiu-se ainda a detenções de quadros da RENAMO e cenas de violência envolvendo a Polícia e simpatizantes da Renamo.
Houve, igualmente, dúvida quanto ao real vencedor porque, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, órgão cujos quadros de direcção, incluindo o seu directorgeral foram indicados a dedo pelo governo/Frelimo, invalidou 779 votos. O número de votos invalidados é superior aos 557 votos, que separam os dois candidatos, Amadeu Pedro, da FRELIMO, e Saíde Hassane, da RENAMO. O número de boletins invalidados pelo STAE, corresponde a 7,2 por cento dos votos expressos no escrutínio em causa e a sua reverificação poderia ter um impacto decisivo no resultado final da votação.
DA REDACÇÃO – IMPARCIAL – 30.06.2005