Populações de diversas áreas de Moçambique em risco de fome carecem de cerca de 70 mil toneladas de ajuda alimentar, advertiram especialistas das Nações Unidas.
Reunidos quarta-feira em Joanesburgo, África do Sul, técnicos do Programa Mundial Alimentar (PAM) e da Organização de Comida e Agricultura (FAO) estimaram em cerca de meio milhão o número de moçambicanos em risco de fome, em consequência da seca que assola diversas regiões do país.
Na mesma reunião foi previsto que a produção de cereais em 2005 vai sofrer uma quebra de 03 por cento, afectando sobretudo as províncias do sul e centro de Moçambique.
As conclusões foram divulgadas no âmbito de uma missão conjunta da FAO e do PAM a Moçambique, entre 25 de Abril e 13 de Maio deste ano, durante a qual se concluiu que a escassez de comida foi agravada pela "conjugação dos efeitos do HIV/SIDA, desastres cíclicos, fracos serviços de saúde e limitada capacidade comunitária".
O PAM presta actualmente auxílio alimentar a cerca de 214 mil pessoas em Moçambique, num âmbito de um programa de combate aos efeitos da seca em vigor desde 2002.
O relatório das agências da ONU adianta que o apoio alimentar deve ser complementado com outro tipo de assistência para "preservar, recuperar ou desenvolver" os meios das comunidades afectadas, promovendo outras formas de subsistência e de economia não agrícola.
Nesse âmbito, verificou-se que produções industriais, como do tabaco, algodão e coco, entre outras, encontram-se em expansão e contribuem para a segurança alimentar de pequenos agricultores.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 23.06.2005