O ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, anunciou hoje que a próxima reunião de negociação entre Moçambique e Portugal sobre a barragem de Cahora Bassa se vai realizar dia 14 de Junho em Lisboa.
O anúncio foi feito após um encontro com o ex-presidente de Moçambique Joaquim Chissano, que esteve em Portugal para presidir à I Convenção sobre Resolução Alternativa de Litígios, acerca da mediação no espaço dos países de língua portuguesa.
O encontro de 14 de Junho será a primeira reunião da II fase do projecto e onde será discutida a reestruturação da composição accionista, que passará a ter um participação maioritária de Moçambique.
Joaquim Chissano referiu-se com agrado à convocação da reunião, lamentando que as alterações de governo nos dois países tivessem feito adiar as negociações.
No dia 23 de Maio, o Governo moçambicano tinha manifestado o seu desagrado face ao "silêncio" de Portugal em retomar as conversações sobre Hidroeléctrica de Cahora Bassa, interrompidas no ano passado devido ao processo de substituição dos governos nos dois países.
Portugal detém, até agora, 82 por cento das acções da Hidroeléctrica, e o restante capital é detido por Moçambique, que reclama o controlo da maioria do capital social do maior empreendimento português no estrangeiro.
O encontro de hoje, num hotel de Lisboa, foi justificado por Freitas do Amaral como sendo de cortesia, já que não pode estar presente na I Convenção sobre RAL, presidida por Joaquim Chissano.
A situação na Guiné-Bissau foi outro dos temas abordados, dado que Joaquim Chissano integrou uma comitiva das Nações Unidas ao país.
O ex-presidente disse que a campanha eleitoral na Guiné-Bissau está a "decorrer normalmente" e sublinhou a necessidade de uma ajuda internacional para a reconstrução do pais e a reorganização das forças armadas.
Neste domínio, Freitas do Amaral disse que Portugal já disponibilizou um milhão de euros para a reorganização das Forças Armadas guineenses.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 05.06.2005