O Presidente de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, anunciou hoje a adjudicação de cinco blocos de petróleo da zona de exploração conjunta com a Nigéria, com bónus de assinaturas a atingir mais 280 milhões de dólares.
O chefe de Estado são-tomense proferiu esta declaração hoje de manhã, no aeroporto internacional de São Tomé, onde fez o balanço da visita relâmpago de 24 horas a Abuja, capital da Nigéria, no âmbito do processo de adjudicação de blocos de petróleo da zona de comum acordo entre os dois Estados. Na declaração, Fradique de Menezes sublinhou que a decisão foi tomada conjuntamente com o seu homólogo nigeriano, Olusengu Obajanjo, de acordo com o tratado de exploração conjunta entre os dois países que estabelece 60 por cento de receita para a Nigéria e os restantes 40 por cento para o arquipélago. "Decidimos avançar com o processo de adjudicação de blocos, aprovando a resolução apresentada pelo conselho ministerial conjunto", sublinhou, declarando o fim do impasse deste processo petrolífero que gerou polémica por falta de entendimento entre as duas partes. O chefe de Estado são-tomense anunciou, por outro lado, o desbloqueamento, dentro de dias, de cerca de 49 milhões de dólares nas contas do arquipélago referente a primeira adjudicação de um bloco, feita em finais de 2004 à petrolífera norte-americana, ChevronTexaco conjuntamente com a Exxon Mobil. "O dinheiro está a caminho para a conta de São Tomé e Príncipe", disse Fradique de Menezes relativamente ao bloco adjudicado à Chevron Texaco, cujo bónus de assinaturas atingiu 123 milhões na base da divisão de 60 e 40 por cento para cada Estado. A viagem de Fradique de Menezes à capital nigeriana surge na sequência das duas últimas reuniões do conselho ministerial conjunto de petróleo entre os dois Estados, que foram infrutíferas por falta de entendimento entre as partes sobre as propostas no quadro de adjudicação dos cinco bloco em causa. Além dos insucessos nas reuniões do conselho ministerial conjunto realizados na capital nigeriana, o Presidente da Nigéria, Olusengu Obasanjo também tentou há pouco dias, mas, sem êxito convencer as partes numa deslocação relâmpago a capital são-tomense. A discórdia prendia-se com o critério de selecção de empresas concorrentes aos blocos, com São Tomé e Príncipe, de um lado, que defendia a proposta monetária apresentada pelas petrolíferas, que contrariava a posição da Nigéria que dava prioridade ao prazo estabelecido para produção do petróleo. AFRICANIDADE - 02.06.2205