MARCOS JUMA, DO PANAMO Comunismo da Frelimo e Guerra Civil regrediram o país Marcos Juma, líder do PANAMO, um dos partidos extra-parlamentares, em Moçambique, considera que o sistema marxista, implantado pela Frelimo, na sua governação e a Guerra Civil, que durou 16 anos, são os principais factores que atrasaram o desenvolvimento de Moçambique, durante os 30 anos da independência que se vai assinalar no próximo sábado. O presidente do PANAMO, considerou, que estes dois factores foram necessários, porque através deles, foi possível entrar num outro sistema novo que, hoje vivemos. «Houve um sistema, muito negativo, mas esse sistema era necessário para aquela fase, pois com a introdução do marxismo, o Governo da Frelimo, achava que estava a procura de um sistema ideal para governar Moçambique, só que infelizmente não deu certo. Até hoje ainda não foi conseguido, e será difícil termos um sistema de governação moçambicano». Juma é da opinião que o marxismo da Frelimo é que fez com que surgisse a Guerra Civil dos 16 anos e atrasou o desenvolvimento do país. Por outro lado, indicou que a batalha travada entre o Governo da Frelimo e a guerrilha da RENAMO, serviu para implantar mudanças para o povo moçambicano. «A guerra atrasou o desenvolvimento do país, mas foi necessária para mudar o sistema que os moçambicanos viviam. Por exemplo, hoje já podemos reunir à vontade, sem perseguições como antes, somos livre de escolher o presidente que queremos, estamos como estamos, podemos participar na vida política livremente». No entanto, para aquele político, os 30 anos da independência nacional, que se assinalam no sábado, não são só dos que lutaram na FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), mas de todo o Povo Moçambicano porque todos contribuiram, embora de formas diferentes. «Com a independência, foi possível trazer a nacionalidade moçambicana e libertar as ideias erradas que o povo era sujeito. Hoje em dia, já não somos chamado rapazes», explicou o presidente do PANAMO. YA-QUB SIBINDY Trinta anos a minguar O Presidente do Partido Independente de Moçambique PIMO, Ya-qub Sibindy, considera que os trinta anos da Independência(governado pela Frelimo), não foi das melhores, razão pela qual foi o surgimento dos conflitos que se abateram sobre o país. Segundo o presidente do PIMO, os tais conflitos foram agravados pela incapacidade dos que tinham o poder político nas mãos. «Começaram a desprezar a todos e não queriam ouvir as opiniões dos outros moçambicanos, não houve uma reflexão sobre viabilidade política do projecto que abraçaram o marxismo-leninismo», avançou. «Por causa desta opção, provocou descontentamento, o que originou conflitos entre irmãos moçambicanos, deste modo, atrasando o desenvolvimento do país, por questões de arrogância por parte de algumas pessoas», sustentou. Para Sibindy, a única coisa que foi positiva, durante estes trinta anos, é o fim do conflito armado. Com o fim da Guerra Civil , Moçambique conheceu a segunda fase da vida (governação democrática) e é nesta fase que as coisas começaram a ter outra dinâmica, disse Sibindy. Aquele político, acrescenta ainda, que mesmo com a existência da segunda fase da democracia, ainda existe arrogância por parte dos governantes, a mesma arrogância, segundo Sibindy, estará a verificar-se no maior partido da Oposição moçambicana - Renamo. «Estamos nos trinta anos, da independência mas ainda existe exclusão dos partidos pequenos», avançou. «É certo que estamos independentes e democráticos, mas na prática ainda não se faz sentir na vida dos moçambicanos: As palavras não enchem a barriga. Há falta de emprego, problemas de saúde e educação e outras coisas que o povo precisa», avançou. Sibindy espera que o novo governo, de Armando Guebuza, se envolva, de verdade, em novos desafios, para a sociedade moçambicana despertar a consciência madura dos partidos da Oposição, acabar com o “espírito de deixa lamentar” e desejar que os próximos anos, de governação, sejam para o povo moçambicano e não dos camaradas. IMPARCIAL – 21.06.2005