Fruto da cooperação espanhola, de uma fundação clínica de Barcelona e do apoio da Fundação de Bill e Melinda Gates, este Centro está na vanguarda da investigação sobre a malária. Foi aqui testado o último tratamento para a doença e anuncia-se para breve, com a Glaxo-Smithkline, a criação de uma vacina contra o flagelo, que só em Moçambique mata 200 em cada mil crianças com menos de cinco anos.
O centro transformou a Manhiça - a cerca de cem quilómetros de Maputo, para norte - num laboratório. Mais de 75.000 pessoas estão registadas, assim como todas as suas doenças, condições de vida, familiares, económicas. «Sabemos que as redes mosquiteiras funcionam porque as experimentámos e controlámos», explica Juan.
Ali actuam seis dos 800 médicos que trabalham em Moçambique. Além da vacina, em fase II de teste, o centro providencia tratamentos transversais contra as doenças que minam o país - a sida e as afecções respiratórias graves. E dá apoio pediátrico à população. «Dantes, pedir um enfermeiro era seis meses de espera», diz a directora do hospital contíguo, Joana Nachaque, que, com apenas 32 anos, é responsável por tudo o que ali se passa, do pessoal às seringas, passando pelas batatas para alimentar os doentes. «Agora é só pedir ao centro, eles arranjam-me na semana seguinte». O Centro de Saúde da Manhiça é, de facto, uma lança em África. Por ser um bom exemplo de cooperação por uma ONG e um centro de excelência em qualquer parte do mundo.