No Centro de Refugiados de Maratane
O Governador de Nampula, Filipe Paúnde disse, na última terça-feira, que as desavenças étnico-tribais que resultaram em guerras, nalguns países africanos, não devem ser transferidas para o Centro de Refugiados de Maratane, arredores da capital provincial de Nampula.
Paúnde, que efectuou uma visita de trabalho ao local para se inteirar dos principais problemas, bem como do nível de vida que se vive no Centro, apelou aos refugiados a pautarem por um comportamento de civismo, vivendo num ambiente de harmonia e de união.
Temos que evitar aquelas más práticas que nos criaram conflitos nas nossas terras porque aqui somos uma única família. Aqui temos de viver em harmonia. Não nos podemos bater por causas de natureza étnica. Disse Paúnde, exortando, igualmente, os refugiados para a necessidade de se precaverem do HIV/SIDA que em Nampula tem estado a ceifar vidas humanas.
O Centro de Maratane, alberga, neste momento, 4.243 refugiados de 10 nacionalidades, designadamente, Angola, Burundi, Congo Brazaville, Congo Democrático, Eritreia, Etiópia, Ruanda, Sudão, Uganda e Zimbabwe.
Num encontro com o governador, os refugiados levantaram questões que se prendem com a falta de cobertura das redes sanitária, educacional e de abastecimento de água potável ao Centro. Denunciaram a alegada discriminação no processo de distribuição dos bens, com particular destaque para os produtos alimentares e material de construção. Disseram que uns são assistidos em detrimento de outros que se vêm obrigados a “ sacrificar-se sozinhos” para a sua sobrevivência.
Em resposta às questões levantadas, o governador da província disse que algumas serão analisadas
conjuntamente com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
WAMPHULA FAX – 22.07.2005