São Tomé e Príncipe comemora terça- feira, dia 12, o 30º aniversário da independência do país, que pôs termo ao regime colonial português, com iniciativas políticas, culturais, desportivas e recreativas, em que estarão presentes dirigentes de países amigos. |
O ponto alto dos festejos decorre na "histórica" Praça da Independência, situada no centro da capital de São Tomé, onde chegará a Chama da Pátria (tocha que simboliza a independência), que percorreu o país e vem agora da cidade de Batepá, distrito de Mezochi, a oito quilómetros da capital. Depois da colocação da tocha às 00:00 do dia 12 de Julho, a festa do aniversário prossegue, horas depois, com um acto central na mesma praça, presidido pelo actual chefe de Estado são-tomense, Fradique de Menezes. Além dos discursos políticos, a festa central na Praça da Independência será também animada com grupos folclóricos e cantores são-tomenses de renome internacional. Em simultâneo, decorrem também festejos nos outros distritos do país, com música, dança e actividades desportivas. A festa dos 30 anos de independência contará ainda com um espectáculo no estádio nacional "12 de Julho", nos arredores da capital, em que actuam o grupo musical os Kassavs e o cantor angolano Bonga, acompanhado pelo seu compatriota Maia Cool. Entre as individualidades presentes nas cerimónias, promovidas pelo governo chefiado por Maria do Carmo Silveira, que assumiu funções há pouco mais de um mês, contam-se os presidentes de Cabo Verde, Pedro Pires, e de Moçambique, Armando Guebuza. O antigo chefe de Estado português, Mário Soares, que chegou a estar exilado na então colónia portuguesa de São Tomé e Príncipe, durante o regime de ditadura de Salazar, é outra das personalidades cuja presença nas cerimónias foi já confirmada. A independência foi proclamada no dia 12 de Julho de 1975 pelo primeiro Presidente de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, líder do Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), perante uma delegação portuguesa chefiada pelo almirante Rosa Coutinho, em representação do primeiro-ministro Vasco Gonçalves, a braços em Portugal com uma grave situação política. Embora a independência de São Tomé e Príncipe não tenha na sua génese uma luta armada, como aconteceu em outros Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) - Angola, Guiné-Bissau e Moçambique - foi o corolário da resistência de um povo a uma colonização que manteve no arquipélago um regime de exploração esclavagista, quando, oficialmente, Portugal tinha abolido a escravatura em 1869. "A nossa luta de libertação foi uma luta contra a exploração do homem pelo homem: ela não teria sentido se não servisse para destruir os males deixados pelo colonialismo. Temos de modificar as estruturas de produção, temos de criar bases que respondam às necessidades materiais e espirituais do nosso povo", proclamou Pinto da Costa, no discurso da independência. Trinta anos depois, quando mais de 50 por cento da população são-tomense vive abaixo do limiar da pobreza, com menos de um dólar por dia, só se pode concluir que as promessas da independência estão ainda por cumprir. Com a independência, os são-tomenses conquistaram o direito de gerir o seu próprio destino. O sonho de uma vida melhor continua adiado, mas na ordem do dia. "É necessário e urgente fazer tudo quanto possível para travar a degradação dos principais indicadores económicos, sociais e melhorar as condições de vida da população", declarou a primeira-ministra são- tomense, Maria do Carmo Silveira, na sexta-feira, quando o parlamento aprovou o programa do seu governo, empossado a 09 de Junho passado. Agência LUSA |